Saiba quem são os policiais presos suspeitos de integrar milícia no Amazonas


Por: Marcela Leiros

29 de julho de 2025
Saiba quem são os policiais presos suspeitos de integrar milícia no Amazonas
Investigação teve início a partir de ação suspeita no dia 14 de fevereiro (Reprodução)

MANAUS (AM) – Oito policiais militares e um perito da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) foram presos, nesta terça-feira, 29, suspeitos de integrarem milícia envolvida em crimes como roubo e extorsão. As prisões ocorrem no âmbito da “Operação Militia“, deflagrada pelo Ministério Público do Estado (MP-AM), por meio da Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública.

Armando Gurgel (ao centro, com microfone) e material apreendido na “Operação Militia” (Ricardo Oliveira/Cenarium)

O grupo foi preso em cumprimento a mandados de prisão. Os militares cumprem, agora, prisão preventiva, enquanto o perito da Polícia Civil cumpre prisão temporária. Entre os militares, um é tenente aposentado da Polícia Militar (PM), um integra o quadro da 23ª Companhia Interativa de Polícia (Cicom), quatro fazem parte da Força Tática, um está na Cavalaria na corporação e o último faz parte do Comando de Policiamento de Área Sul (CPA/Sul).

Veja os nomes dos investigados:

  • Júlio de Almeida Lima Filho – Tenente da PM aposentado
  • Alerson de Almeida Lima – 23ª Cicom
  • Marcílio B. Pantoja – Força Tática
  • André Luiz Silva De Sá – Força Tática
  • Alijhone C. Gouveia – Força Tática
  • Augusto César V. Guimarães – Força Tática
  • João Bosco De Assis Alves – Cavalaria da PM
  • Eldon Nascimento De Sousa – Comando de Policiamento de Área Sul (CPA/Sul)
  • M. A. F. de A. – Perito da PC-AM

Durante a ação realizada em Manaus foram apreendidas armas, munições, valores em espécies, celulares, coletes e balaclavas, além de uma arma de airsoft (uma réplica de arma de fogo projetada para disparar projéteis não letais, geralmente esferas plásticas (BBs) de 6 mm, por meio de ar comprimido, mola ou gás).

MP-AM deu esclarecimentos da operação nesta terça-feira (Ricardo Oliveira/Cenarium)

O promotor de Justiça do MP-AM Armando Gurgel, coordenador da 61ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp), explicou que a ação do grupo consistia em abordar pessoas que tivessem relação com práticas criminosas, ou com familiares envolvidos nessas práticas, e subtrair dinheiro, joias e armas.

Em uma das ocasiões, um comerciante cujo familiar tem envolvimento com práticas criminosas teve que pagar R$ 20 mil de resgate após receber fotos da vítima enviadas pelo grupo. Ao todo, pelo menos três pessoas foram roubadas ou extorquidas, perdendo, no total, mais de R$ 300 mil.

Ainda segundo o procurador, as investigações tiveram início após um caso registrado em 14 de fevereiro deste ano, no Conjunto Manôa, bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus. Na ocasião, o grupo, usando balaclavas e armas, abordou uma vítima e tirou-a a força de um veículo. A ação foi registrada em vídeo.

A partir dali nós começamos a realizar investigações, a alcançar alguns indícios de autoria e conseguimos descobrir, inclusive, que uma das ações tinha acabado acontecido há poucos dias. Fazendo as investigações chegamos às vítimas que, inclusive, não tinham coragem de denunciar inicialmente, somente com o Ministério Público realizando esse acolhimento foi possível ouvir essas vítimas, colher mais detalhes que nos ajudaram a alcançar essa operação de hoje“, explicou Armando Gurgel.

O comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), Klinger Paiva, pontuou que a corporação presta todo o apoio necessário ao MP-AM e afirmou que os investigados vão responder tanto na esfera jurídica quanto na disciplinar.

A partir de agora eles vão responder criminalmente, vão ter todo o devido processo legal, direito à ampla defesa, contraditório, tanto na esfera jurídica quanto também na nossa Diretoria, internamente, por meio da nossa Diretoria de Justiça e Disciplina“, concluiu.

A CENARIUM questionou a PC-AM sobre a suspeita de envolvimento do perito no caso, e aguarda retorno.

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