Salários em Estados no Norte reduziram de 2023 para 2024, diz IBGE


Por: Marcela Leiros

21 de fevereiro de 2025
No Norte, Pará e Amapá tiveram as maiores reduções (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)
No Norte, Pará e Amapá tiveram as maiores reduções (Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – Os salários de trabalhadores do Amazonas, Pará e Amapá, na Região Norte, reduziram, em média, 5,4% em dezembro de 2023 em relação ao mesmo mês de 2024, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No primeiro ocorreu a maior redução, de 13,9%, saindo de R$ 2.378 para R$ 2.356. Levantamento da CENARIUM considerou os sete Estados da região.

Os dados constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) e foram analisados pela CENARIUM nesta sexta-feira, 21. Os valores consideraram a média dos salários dos trabalhadores nos últimos trimestres de 2023 e 2024.

Além do Amazonas, no Pará o valor recebido era de R$ 2.286, nos últimos três meses de 2023, e reduziu para R$ 2.267 no mesmo período do ano seguinte. No Amapá, o rendimento caiu de R$ 2.777 para R$ 2.737.

Nos demais Estados do Norte houve aumento: em Rondônia, foi de R$ 2.734 para 2.995; no Acre, foi de R$ 2.498 para R$ 2.580; em Roraima, foi de R$ 2.664 para 2.861; e, no Tocantins, foi de R$ 2.725 para 2.792.

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Maiores e menores rendimentos

Os maiores rendimentos do País ficaram centralizados nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, no Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina, respectivamente. No primeiro, a média de salário dos trabalhadores, nos últimos três meses de 2024, foi de R$ 5.220. No segundo, o rendimento foi de R$ 3.991 e, no terceiro, ficou em R$ 3.676.

Os menores salários do País no último trimestre do ano passado se concentraram no Nordeste, com o Maranhão em último lugar. Lá, os trabalhadores recebiam, em média, R$ 2.017. Logo após estava a Bahia, com R$ 2.066, e o Ceará, com R$ 2.103.

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Concentração de indústrias e setor público

O economista Inaldo Seixas observa que, na Região Norte, sem o setor público, o cenário poderia ser pior. Ele menciona a situação do Amazonas, onde, se não fosse a indústria da Zona Franca de Manaus (ZFM), essa média despencaria.

“Muitas vezes, os salários de setores do Estado, como a Receita Federal, juízes, promotorias federais, juízes federais, são os mesmos aqui [no Amazonas] que nos outros estados. Então, isso ajuda a puxar a nossa renda média do Norte para cima. Se você tira isso, você consegue ver a fotografia real das diferenças, a diferença que tem no rendimento médio do trabalhador do Amazonas em relação ao resto do País”, explicou.

Inaldo analisa, ainda, que é nas regiões Sul e Sudeste onde está concentrado, além das grandes instituições públicas, o setor industrial. “Apesar de haver uma melhoria da participação do setor industrial no Nordeste e no Centro-Oeste, em empresas de automóveis, em alguns tipos de empresas também de refino, e na questão da energia eólica, isso ainda não é o suficiente para diminuir o gap que sempre existiu entre o Sul e o Sudeste e as demais regiões do País, com renda mensal do trabalho inferior”, conclui.

Revisado por Gustavo Gilona

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