Salas lotadas e salários defasados: professores de Manaus podem ter de trabalhar mais
Por: Fred Santana
14 de outubro de 2025
MANAUS (AM) – Enquanto professores da rede municipal de Manaus lidam com salas lotadas, falta de estrutura e baixos salários, a Prefeitura propôs uma reforma da Previdência que aumenta o tempo de contribuição para aposentadoria, em alguns casos em até sete anos. O projeto, que tramita na Câmara Municipal, gerou preocupação entre profissionais da educação, que afirmam já estar sobrecarregados pelas demandas do sistema.
De acordo com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2021, o Ensino Fundamental de Manaus obteve nota 4,2, abaixo da meta nacional de 4,7. O resultado indica dificuldades de aprendizagem e altos índices de repetência. Mesmo com esse cenário, o sindicato da categoria afirma que os docentes têm acumulado tarefas para suprir carências da rede municipal, ao mesmo tempo em que os reajustes salariais recentes não compensam as perdas inflacionárias.
Apesar do impacto direto sobre a categoria, o projeto segue em análise nas comissões da Câmara sem previsão de votação em plenário. Até o momento, não foi apresentado estudo de impacto econômico pela Prefeitura. Apenas uma audiência pública foi realizada desde o início da tramitação, o que tem sido alvo de críticas por parte de representantes da educação.
Outro ponto que chama a atenção é o silêncio de vereadores que se apresentam como representantes da educação. Professora Jacqueline, Professor Samuel e João Paulo Janjão ainda não se manifestaram publicamente sobre a proposta. Enquanto isso, a pressão sobre os profissionais da rede municipal cresce à medida que a discussão avança no Legislativo.

