Salles chama Maia de ‘Nhonho’, culpa hacker, mas Twitter bloqueia conta de ministro

Ministro Ricardo Salles (direita) disse que "apesar de diferenças de opinião com Maia (presidente da Câmara) sempre mantive relação cordial" (Reprodução/ Internet)

Da Revista Cenarium*

BRASÍLIA – O ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) afirmou na manhã desta quinta-feira, 29, que suas redes sociais foram usadas “indevidamente”. A manifestação acontece horas depois de uma postagem na conta do ministro ter chamado o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, de “Nhonho”.

“Fui avisado há pouco que alguém se utilizou indevidamente da minha conta no Twitter para publicar comentário junto à conta do Pres. da Câmara dos Deputados, com quem, apesar de diferenças de opinião sempre mantive relação cordial”, afirmou o ministro na mesma rede social, nesta manhã.

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Após a nova publicação, a conta do ministro Salles foi bloqueada, um sinal de que o ministro pode ter acionado o procedimento de segurança para invasões. A conta ainda existe, mas as postagens não são mostradas.

O Ministério do Meio Ambiente informou também nesta manhã, por meio de nota, que o ministro entrou em contato diretamente com Maia para explicar que não enviou a referida ofensa e que “vai apurar a utilização indevida da conta”.

Nhonho é um personagem da série de televisão mexicana Chaves. Trata-se de um personagem infantil, que é constantemente provocado por seus colegas por ser obeso. Bolsonaristas usam esse nome de forma pejorativa contra o presidente da Câmara dos Deputados.

A postagem ofensiva na conta do ministro Salles foi registrada dias depois de uma crítica de Maia por ter provado uma nova crise no governo. Maia havia escrito:

“O ministro Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo”, havia escrito Maia em suas redes sociais.

Maia se referia ao fato de Salles ter chamado o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) de “Maria Fofoca”, na sexta-feira, 23.
“Ministro Luiz Ramos, não estiquei a corda com ninguém. Tenho enorme respeito e apreço pela instituição militar. Atuo da forma que entendo correto. Chega dessa postura de #mariafofoca”, escreveu.

O ministro do Meio Ambiente indicava que Ramos seria o responsável por vazamentos de questões internas do governo para a imprensa. Mais especificamente, Salles insinuava que Ramos havia dito ao jornal O Globo que ele estava esticando a corda com ala militar do governo, ainda que a reportagem não identifique o militar.

No domingo, 25, Ramos negou a existência de crise no governo. Pouco depois, Ricardo Salles foi às redes sociais pedir desculpas.

A troca de acusações acontece depois de o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), autarquia ligada ao ministério de Salles, ter suspendido as ações de brigadistas de combate a incêndios, por conta da falta de recursos.

Essa é a segunda vez durante a gestão Salles que órgãos ambientais paralisam suas atividades, em meio às crises de desmatamento e queimadas, por questões ligadas a recursos. As duas iniciativas provocaram crise no governo, pressionando o Ministério da Economia. Em ambas, Salles obteve os recursos.

Apesar de Salles afirmar não ser o responsável pela postagem ofensiva à Maia, alguns bolsonaristas comemoraram a ofensa. A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) publicou em suas redes sociais:

“Quando você destrói a argumentação de uma pessoa em uma palavra”, escreveu, em referência à palavra Nhonho.

(*) Com informações da Folhapress

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