Via Brasília – Da Revista Cenarium
A sanção do Orçamento feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) aponta que sua prioridade neste ano é a política. As máscaras caíram: o presidente que tanto atacava o fundão eleitoral – chegando a culpar o amazonense vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (sem partido), pelo valor bilionário, não só o defendeu via Advocacia-Geral da União (AGU) como manteve os valores entre R$ 4,9 bilhões e R$ 5,7 bilhões para irrigar campanhas políticas. Bolsonaro também sancionou um “petrolão” para chamar de seu: o orçamento secreto de R$ 16,5 bilhões.
”Petrolão” presidencial
Bolsonaro deixou nas mãos dos chefes do Centrão, Arthur Lira (PP-AL) e Ciro Nogueira (PP-SE), a bolada bilionária das chamadas emendas de relator, dispensadas de qualquer tipo de transparência. Outra medida mantida por Bolsonaro foi a reserva de R$ 1,7 bilhão para atender reajustes na área de segurança, um nicho político dele. Resta, agora, transformar tudo isso em votos. Caso não consiga, esse mesmo arsenal poderá servir a adversários, já que a máxima do pragmatismo reza que, em política, vale tudo, menos perder.
Centrão no comando
Para provar que manda mesmo no governo, o Centrão mostrou força ao desalojar o general João Francisco Pereira do comando da Itaipu Binacional. Oficialmente, o militar teria pedido demissão, mas fontes internas garantem que Ferreira pediu para sair, porque soube que seu cargo estaria sendo negociado com o Centrão. Um dos nomes cotados para assumir o posto é o de Cida Borghetti, esposa do deputado Ricardo Barros (PP-PR), aquele do “rolo” do Ministério da Saúde.
CPI do Moro
Depois de um dia alimentado por notícias de que PT, Centrão e bolsonaristas articulam uma CPI da Consultoria de Sergio Moro (Podemos), o partido precisou divulgar três notas de repúdio: da executiva do partido, da presidente e da bancada no Congresso. Chamou os ataques de “união dos que apoiam a corrupção”. A nota incluiu Arthur Lira entre os “inimigos”, já que este engrossou o coro dos que pediram que Moro apresentasse seus ganhos na Alvarez & Marsal. O desgaste na candidatura é evidente, sem contar que o ex-juiz estacionou nas pesquisas em 9% das intenções de votos.
TSE duro contra ameaças
No próximo dia 22, o ministro Edson Fachin assume o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e já adiantou que vai levantar a voz, se Bolsonaro e seus apoiadores retornarem a discursos buscando minar a credibilidade das eleições. Fora isso, vai atualizar urnas eletrônicas, definir protocolos para o dia de votação e moldar o uso da biometria. Um mês e meio antes das eleições, ele entrega o cargo a Alexandre de Moraes, que focará nos desafios das fake news e uso de redes sociais.
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