Marcela Leiros – Da Revista Cenarium*
MANAUS — O anúncio feito pelo governo federal sobre a liberação de saque de até R$ 1 mil do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) tem entusiasmado trabalhadores que desejam colocar as contas em dia, mas ainda há aqueles que preferem deixar o valor guardado para planos futuros ou emergências. A liberação faz parte do pacote de medidas para estimular a economia neste ano eleitoral e o valor do saque pode ser consultado a partir desta sexta-feira, 8.
A assessora financeira Luciana Oliveira vai aproveitar o valor disponível para pagar as contas que estão atrasadas. “O aumento absurdo de algumas coisas que considero prioridades (gasolina, conta de luz, supermercado) tem feito com que outras contas que não são consideradas prioridades fiquem em atraso. E com essa oportunidade de receber o valor vou conseguir pagar as que estão em atraso”, explicou ela.
Na mesma situação está a analista de Recursos Humanos (RH) Lorenna Mota. Após construir um imóvel, as contas apertaram e ela ainda paga pendências da obra. “Construí lá em casa e como tudo dobrou de valor, qualquer raspinha ajuda a quitar as dívidas que ficaram da obra”, enfatizou ela.
Planos futuros
O FGTS é um direito do trabalhador com carteira assinada, mas só pode ser sacado em situações específicas, como na demissão sem justa causa, na compra da casa própria ou na aposentadoria. Pensando nessas situações, o cinegrafista Jander Souza explicou que não vai sacar o benefício. Trabalhando de carteira assinada há pouco mais de um ano e ele prefere poupar o valor. Os motivos são emergências futuras ou a compra da tão sonhada casa própria.
“Se um dia eu sair do meu emprego, eu vou ter condições para me organizar e ir atrás de outro trabalho. Se eu sacar hoje, vai subtrair. E, futuramente, quero comprar minha casa”, falou ele.
Veja quem pode sacar e quando
Conforme O Globo, para consultar o valor do saque, os trabalhadores precisam baixar uma nova versão do aplicativo FGTS, disponível para download na App Store e na Play Store do Google. Qualquer pessoa que tiver conta vinculada do FGTS, ativa ou inativa, poderá sacar.
Leia também: FGTS 2022: Caixa libera consulta nesta sexta-feira; saiba como e quem pode sacar
Cada trabalhador poderá sacar até R$ 1 mil, mesmo que tenha mais de uma conta vinculada do Fundo de Garantia. O valor é limitado ao saldo que o trabalhador tiver em conta. Quem tiver menos de R$ 1 mil nas contas, vai sacar menos.
O saque é facultativo ao trabalhador. Se ele não tiver interesse, pode informar pelo Caixa Tem. Após o crédito, é possível pedir o cancelamento até 10 de novembro, também pelo aplicativo Caixa Tem. Se não movimentar o dinheiro, ele volta para a conta do FGTS ao final do prazo para saque, corrigido.
Quando o dinheiro do FGTS pode ser sacado?
O crédito dos valores será realizado por meio de conta poupança social digital, o Caixa Tem, a partir do dia 20 de abril. Os saques serão permitidos até 15 de dezembro.
O governo federal divulgou o seguinte calendário, dividido por mês de nascimento:
- Nascidos em janeiro recebem em 20/04
- Nascidos em fevereiro recebem em 30/04
- Nascidos em março recebem em 04/05
- Nascidos em abril recebem em 11/05
- Nascidos em maio recebem em 14/05
- Nascidos em junho recebem em 18/05
- Nascidos em julho recebem em 21/05
- Nascidos em agosto recebem em 25/05
- Nascidos em setembro recebem em 28/05
- Nascidos em outubro recebem em 01/06
- Nascidos em novembro recebem em 08/06
- Nascidos em dezembro recebem em 15/06
Como funciona o FGTS?
Até o dia 7 de cada mês, os empregadores devem depositar em contas abertas na Caixa Econômica Federal, em nome dos empregados, o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário. Quando a data não cair em dia útil, o recolhimento deve ser antecipado para o dia útil imediatamente anterior. Se o empregador depositar após o vencimento, o valor deve receber juros e correção monetária.
Para os contratos de trabalho de aprendizagem, o percentual é reduzido para 2%. No caso de trabalhador doméstico, o recolhimento é correspondente a 11,2%, sendo 8% a título de depósito mensal e 3,2% a título de antecipação do recolhimento rescisório.
O Fundo é pago sobre salários, abonos, adicionais, gorjetas, aviso prévio, comissões e 13º salário. O FGTS não é descontado do salário, pois é uma obrigação do empregador.
*Com informações do Infoglobo
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