Saúde cobra devolução de R$ 6,8 milhões do Amapá por números ‘inflados’ de radiografias
Por: Cenarium*
06 de julho de 2025
BRASÍLIA (DF) – Uma auditoria do Ministério da Saúde afirma que o Governo do Amapá aumentou o valor total de emendas parlamentares disponíveis para o Estado depois de declarar ter feito radiografias suficientes para examinar 98% de sua população.
Segundo relatório, a gestão estadual registrou 720.471 procedimentos de raio-X de tórax apenas no hospital de Santana (município vizinho de Macapá) em 2020 —um salto de 59.345% em relação aos 1.212 exames realizados no ano anterior. O Censo de 2022 diz que há 733.759 habitantes em todo o estado.
O ministério afirma que o Governo do Amapá não conseguiu justificar a explosão de radiografias e cobra a devolução de R$ 6,8 milhões. O valor seria a soma dos procedimentos inflados nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

O relatório de auditoria não diz se as informações foram intencionalmente inseridas no sistema para elevar a verba de emendas ou se houve alguma falha no momento de registrar a produção do hospital.
O documento afirma que a equipe do ministério analisou as respostas apresentadas pelo hospital e pela Secretaria de Saúde estadual, além de apurar informações adicionais, e não identificou “elementos comprobatórios capazes de justificar o aumento exorbitante de procedimentos“.
O teto de verba que parlamentares podem indicar para a saúde dos estados e municípios é definido justamente pelo volume de exames, consultas e internações do ano anterior.
O ministério diz que já enviou ao Governo do Amapá uma guia para o pagamento dos R$ 6,8 milhões.
A secretaria estadual nega irregularidades e diz que houve “erro material” durante o registro da produção hospitalar na rede de dados do SUS.
Em nota, a pasta afirma que inseriu equivocadamente o código do procedimento de radiografia de tórax (02.04.03.015-3) junto ao campo destinado ao registro do número de procedimentos feitos em novembro de 2020.
A digitação teria gerado “a leitura automática de 720.204 exames realizados —valor que, na realidade, corresponde aos dígitos do código em vez de uma quantidade real”, afirma a secretaria. A produção real foi de 72 exames naquele mês, segundo a mesma nota.
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