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Se Amazonino for eleito, saiba quem vai mandar em R$ 5,6 bilhões da Prefeitura de Manaus
Francisco Deodato, Wilker Barreto e Marcos Martinelli: nomes que devem dar as cartas na PMM com a eleição de Amazonino Mendes (Reprodução/Internet)
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26 de novembro de 2020
Paula Litaiff – Da Revista Cenarium
Manaus – Como ocorreu nos seus dois últimos mandatos no Executivo – Governo do Amazonas (2017-2018) e Prefeitura de Manaus (2008-2012) –, o candidato a prefeito da capital, Amazonino Mendes (Podemos), 81 anos, deverá delegar a um grupo seleto as “chaves” dos cofres do município, caso seja eleito prefeito de Manaus no próximo domingo, 29.
O orçamento municipal está previsto em R$ 5,6 bilhões para 2021, primeiro ano do mandato do novo prefeito. O recurso preliminar foi apresentado pela Secretaria Municipal de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef) e compõe o Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA).
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Se for para a Prefeitura de Manaus em 2021, Amazonino terá como principal representante o ex-secretário de Saúde e médico particular do ex-governador, Francisco Deodato. Além dele, figuram como os homens de confiança do candidato, o vice em sua chapa, deputado Wilker Barreto (Podemos), e o marqueteiro Marcos Martinelli.
‘Caso Prodente’
Deodato virou manchete dos principais sites de notícias do Amazonas em 2016, ao ter seus bens particulares bloqueados pela Justiça. A decisão partiu do juiz Leoney Figlioulo que determinou a indisponibilidade de R$ 1,6 milhão de Deodato na investigação que ficou conhecida como “Caso Prodente”.
Na ação civil por improbidade administrativa, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) apontou irregularidades no Termo de Convênio nº 049/2001, firmado entre a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) com a Fundação Prodente.
O MP-AM alega que o plano de trabalho do convênio não contemplou os serviços efetivamente realizados, não houve licitação para escolha da fundação nem contrapartida com recursos próprios economicamente mensuráveis.
Gestor reincidente
A ausência de processos de licitação para contratações é reincidente com Francisco Deodato na gestão pública. No governo suplementar de Amazonino, quando estava como secretário de Saúde, Deodato autorizou pelo menos 55 dispensas de licitações que somaram mais de R$ 27 milhões no período de 1o de janeiro a 30 de abril de 2018.
Os dados constam nos arquivos da imprensa oficial da época. Apenas para o Instituto da Mulher Dona Lindu, na zona Centro-Sul de Manaus, a Secretaria de Saúde contratou serviços por R$ 1,544 milhão sem concorrência pública.
Nepotismo de Wilker
O Ministério Público do Amazonas abriu inquérito civil para investigar Wilker Barreto à frente da presidência da Câmara Municipal de Manaus (CMM), em 2016, pela prática de nepotismo.
Wilker contratou o próprio sogro, Raimundo Fábio Moreira da Silva, para o cargo de diretor de Engenharia da CMM pelo salário mensal de R$ 16 mil.
Sob a investigação preliminar da promotora de Justiça Neyde Regina Trindade, ficou constatado o pagamento ao sogro de Wilker como ocupante de cargo comissionado de diretor.
Além da prática de nepotismo, a promotora disse que Wilker ainda falhou administrativamente ao permitir que o sogro recebesse salário em duplicidade do município. Fábio Moreira, também, era remunerado na Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf).
Omissão de Wiker
Wilker Barreto era aliado de Amazonino e presidente da CMM, quando Francisco Deodato foi secretário de Saúde e realizou diversos contratos sem licitação. O vereador, também, acompanhou protestos por falta de merenda nas escolas da Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
Na época, Amazonino permitiu que servissem apenas suco de folhas aos alunos. A imagem foi divulgada em sites nacionais, porque no mesmo ano, 2018, a Seduc tinha recebido mais de R$ 30 milhões do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) para repassar às escolas.
Marqueteiro do ‘amor’
Após levar Amazonino Mendes de volta à vida pública na eleição suplementar de 2017, o marqueteiro Marcos Martinelli era um dos principais articuladores da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) até dezembro de 2018.
Foi ele o responsável pela campanha institucional do período, “Amor à Causa Pública”, que foi criticada por ser conduzida em meio a denúncias de corrupção, protestos de terceirizados da Saúde e falta de comida nas escolas.
Publicidade milionária
Com Martinelli nos bastidores da Secom, Amazonino gastou mais com publicidade do que com medicamentos para a população. Os dados estão registrados no site da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz).
A pasta fez pagamentos no valor de R$ 4,66 milhões em 2018, entre janeiro e os primeiros dias de março. No mesmo período, a Central de Medicamentos da Secretaria Estadual de Saúde gastou R$ 2,79 milhões. O valor é 40% menor que os gastos com publicidade.
Hoje, Martinelli é o coordenador de propaganda na campanha de Amazonino Mendes e já recebeu pelo serviço mais de R$ 600 mil por meio de sua empresa, segundo dados declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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