Secretário de Segurança do AM cita ‘narcoterrorismo’ e diz que acompanha foragidos no Rio
Por: Ana Pastana
30 de outubro de 2025
MANAUS (AM) – O titular da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), coronel Vinicius Almeida, criticou, nesta quinta-feira, 30, leis que permitem a soltura de suspeitos de crimes e comentou sobre a Operação Contenção, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, localizados na capital do Rio de Janeiro (RJ), nessa terça-feira, 28, que resultou na morte de 132 pessoas, segundo a Defensoria Pública do Estado.
Para Almeida, o combate ao crime organizado exige coordenação com o governo federal e classificou a atuação como corajosa. “Nós vimos a coragem do Estado do Rio de Janeiro em enfrentar esse narcoterrorismo, e isso expõe uma verdade que vem sendo dita por nós há muito tempo. Para vencer essas organizações criminosas, precisa de uma coordenação federal”, declarou o secretário.
O posicionamento do titular da SSP-AM ocorreu durante coletiva de imprensa na sede do Controle Integrado de Comando e Controle (CICC), no bairro Aleixo, Zona Sul de Manaus. Ele também informou que a pasta deve acompanhar os desdobramentos da operação e investiga a prisão de foragidos da Justiça do Amazonas na capital fluminense.
“O grande questionamento que a gente tem que fazer é porquê que, por exemplo, nós tivemos no dia de ontem [quarta-feira, 29] 15 presos foragidos da Bahia? Cinco presos foragidos do Pará? Um preso de Pernambuco, um preso do Espírito Santo e tem mais um que eu não vou recordar mas é um total de 23 presos. Da mesma forma que nós temos foragidos do Amazonas [sic] tanto na Penha quanto no Alemão. Destaco que desses foragidos, vários já foram presos por nós, vários. Na verdade, todos esses foragidos já foram presos em algum momento e aí que ficam alguns questionamentos. Primeiro, por que foram presos e estão soltos? Leis que permitem isso, infelizmente“, afirmou.
Operação
A operação policial tinha como objetivo prender membros de uma organização criminosa nos complexos do Alemão e da Penha. A ação resultou na morte de 132 pessoas, de acordo com os dados divulgados pela DPE-RJ, sendo desses, quatro policiais.
O secretário estadual da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ), delegado Felipe Curi, confirmou 119 mortes e a prisão de 113 pessoas durante a Operação Contenção. A ação policial é a considerada mais letal da história do Estado.
Durante coletiva de imprensa, representantes das forças de segurança do Estado fizeram um balanço sobre a operação e apresentaram números de materiais apreendidos. De acordo com o delegado Curi, dos 119 mortos, 115 eram narcoterroristas e quatro eram policiais.
“Vou ressaltar aqui mais uma vez, as únicas vitimas dessa operação foram os quatro policiais. Nós temos aqui o total, ontem [terça-feira, 28] foram 58 neutralizados e no dia de hoje [quarta-feira, 29] somando os corpos que foram achados na mata, mais 61, nós temos 119 mortos dos quais 115 eram narcoterroristas e quatro vítimas que são os nossos policiais“, afirmou Curi.

O objetivo era cumprir 69 mandados de prisão de membros do Comando Vermelho em 180 endereços. O governo estadual disse que 81 pessoas foram presas na ação, mas não divulgou quantos mandados foram cumpridos. Além disso, os agentes apreenderam mais de 100 fuzis que eram usados pela facção.