Secretário de Tarcísio, Derrite coloca autonomia da PF em xeque com relatório antifacção
Por: Jadson Lima
11 de novembro de 2025
Enquanto a COP30, em Belém (PA), projeta o Brasil no cenário internacional com discussões sobre o futuro climático do planeta, Brasília (DF) concentra atenções em uma disputa pelo poder de investigação no combate ao crime organizado. O relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo, sobre o Projeto de Lei Antifacções, colocou a Polícia Federal no centro de um embate político e institucional que expõe os limites entre autonomia e controle na segurança pública.
Em parecer parcial, Derrite prevê que a atuação da Polícia Federal em casos de organizações criminosas dependesse de solicitação dos governos estaduais. A medida foi interpretada como uma limitação da autonomia da PF e provocou reação imediata de setores do Executivo e da própria corporação, que divulgou nota pública demonstrando preocupação com o impacto das alterações.
Diante da pressão, o relator escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) recuou e apresentou um novo texto que pode ser discutido nesta terça-feira na Câmara dos Deputados, restabelecendo a iniciativa autônoma da PF e mantendo a possibilidade de cooperação com as polícias estaduais. O episódio expôs a disputa por influência no sistema de segurança pública e mostrou como decisões técnicas podem se transformar em arenas de poder político.
