Secretários de Guedes pedem demissão após ‘drible’ no teto de gastos

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal (à esq), o ministro da Economia, Paulo Guedes (no centro), e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt (à dir.) (Arte: Ygor Fabio Barbosa)
Com informações do Infoglobo

BRASÍLIA — O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira, 21. A decisão foi informada pelo Ministério da Economia, que não disse quem ficará nos cargos. Os secretários-adjuntos de Funchal e de Bittencourt também pediram demissão.

São, portanto, quatro saídas de secretários ligados à área orçamentária de uma só vez, logo após a crise aberta no governo pelo plano de criar em novembro o Auxílio Brasil no valor de R$ 400 para substituir o Bolsa Família.

A medida, que duraria apenas até o fim de 2022, ano em que o presidente Jair Bolsonaro pretende disputar a reeleição, custaria cerca de R$ 30 bilhões fora do teto de gastos, que limita o crescimento das contas públicas.

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É uma nova “debandada” na equipe de Guedes, como o próprio ministro já classificou anteriormente a saída de integrantes da sua equipe. Funchal e Bittencourt estão entre os principais auxiliares de Guedes e teriam deixado o cargo por não concordarem com a violação de regras fiscais.

Baixa também na pasta de Minas e Energia

Mais cedo, nesta quinta, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho, também pediu exoneração do cargo. A saída dele ocorre no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que caminhoneiros receberão “ajuda” do governo para compensar alta do diesel. Ele também não indicou a origem dos recursos.

Derrota de Guedes para ala política precipitou demissão

O Ministério da Economia disse que a decisão da saída dos secretários de Gudes é pessoal. Mas, de acordo com fontes do ministério, a decisão foi tomada porque Guedes não conseguiu impedir um acordo acordo do governo com o Congresso para driblar o teto de gastos e pagar um Auxílio Brasil (novo Bolsa Família) de R$ 400. 

Os secretários que pediram demissão eram contra as mudanças, por princípios, mas também porque não queriam ser responsabilizados por desrespeitos às regras fiscais vigentes.

A equipe econômica saiu derrotada da queda de braço com a ala política do governo para abrir espaço de R$ 83 bilhões no Orçamento de 2022.

“Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país”, afirma a nota.

Leia a íntegra da nota do ministério:

Nota à imprensa

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (21/10).

A decisão de ambos é de ordem pessoal. Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país.

A secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também pediram exoneração de seus cargos, por razões pessoais.

Os pedidos foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os compromissos, tanto da Seto quanto da STN.

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