Segurança Pública: Amazonas registra queda de mais de 1 mil casos de roubos, durante pandemia

Com as ruas vazias e grande parte da cidade parada, os números de roubos e furtos cairam em relação aos primeiros quatro meses do ano passado, mas, a violência doméstica pode entrar na 'zona escura' das chamadas subnotificações (Reprodução/G1)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

Em meio à pandemia do novo Coronavírus, vírus que provoca a Covid-19, o número de roubos no Estado caiu de 13.721, no período de janeiro a abril de 2019, para 12.646, em comparação com o mesmo período deste ano, o que significa uma redução de 7,83%, ou seja, são 1.075 casos a menos. Os dados foram informados pela Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP) à Revista Cenarium.

Os números de furtos registrados no mesmo período, no Estado, também tiveram queda (7,28%). Foram 953 casos a menos até abril de 2020.

PUBLICIDADE

Para o delegado João Victor Tayah, do 12 º Distrito Integrado de Polícia (DIP), a queda do número de roubos e furtos, se deve a pouca circulação da população por conta do isolamento social. “Os shoppings estão fechados, os grandes centros de compras estão sem funcionar, as paradas de ônibus estão vazias, todos esses locais e suas cercanias, são alvo dos assaltantes, uma vez parados, não há circulação logo, não acontecem os furtos e roubos”, observou.

Aumento de lesões corporais

Ainda segundo o delegado, os crimes de lesão corporal, até abril de 2019, foram 2.211, contra 2.396, ou seja, um aumento de 8,37%, que também se deu devido ao isolamento social. “As pessoas estão obrigadas e ficar em casa e isso provoca um aumento nos conflitos intrafamiliares”, detalhou. “São muitas vezes brigas entre irmãos, pais, tios, ou seja, um clima de violência que ocorre dentro das casas”, afirmou.    

Violência doméstica

Na contramão de previsões nada otimistas, a violência doméstica, em face do isolamento social, de janeiro a abril de 2020, não deu um salto espantoso no Amazonas, pelo contrário, ela até reduziu, segundo os dados da SSP.

Em janeiro a abril de 2019 foram registrados 943 casos, já no primeiro quadrimestre de 2020, foram 767, isto é: 176 casos a menos. Mas, a realidade positiva dos números pode ocultar uma realidade mais dura, diz o delegado.

“Veja bem, é preciso observar que com a pandemia, a suspensão do atendimento policial está vigorando e isto de certa forma inibe a procura pelo aparato policial, por parte daquelas mulheres que querem fazer alguma denúncia”, explicou João Victor.

“Existem casos que não atentam diretamente contra a vida, como são os casos de injúria, difamação ou mesmo ameaças, e nesses casos, as pessoas estão sendo orientadas a buscar a internet”, apontou.

“O fato é que as delegacias só estão atendendo os crimes urgentes, os que colocam a vida em risco e isso, de certa forma, pode contribuir com as subnotificações”, avaliou.

Para o delegado, somente quando a normalidade for restaurada, será possível ter uma ideia mais clara sobre os números. “Depois que a pandemia passar, teremos esses dados mais claros”, finalizou.  

Balanço

Os números apontam que em matéria de ‘homicídios’, de janeiro a abril do ano passado, foram 243, contra 249 em 2020, isto é, um aumento 2,47%.  Já os latrocínios’ foram 13 no período, em 2019, e 10, em 2020, redução de 23,08%. ‘Lesão corporal seguida de morte’, foram 06 casos em ambos os períodos.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.