Seis em cada dez LGBTQIA+ já cancelaram viagens por insegurança, diz pesquisa
04 de julho de 2021
De acordo com o levantamento produzido pela OnePoll, cerca de 6 a cada 10 pessoas afirmam que já cancelaram viagens por se sentirem inseguros com o destino (Reprodução/Internet)
Victória Sales – Da Revista Cenarium
MANAUS – “Eu já deixei de viajar com os meus pais por medo do que poderia acontecer, caso andasse de mãos dadas com o meu pai e alguém visse, pelo meu jeito mais afeminado”, afirma o administrador Ayrton Fernandes. De acordo com o levantamento publicado em junho pela OnePoll, seis a cada dez pessoas LGBTQIA+ afirmam que já cancelaram viagens por se sentirem inseguros com o destino.
O administrador diz que ele e o namorado se planejaram para uma viagem, mas, próximo à data programada, desistiram. “Guardando dinheiro, compramos as passagens e já tínhamos até hotel reservado. Mas uma semana antes, conversamos e decidimos não ir, um casal homossexual sofreu violência por outros dois rapazes que estavam na mesma praia”, explicou.
Ayrton relata que a primeira vez que decidiu não viajar por medo, precisou explicar para os pais o motivo. “Nunca tinha viajado com a minha família, mas depois que as informações foram caindo, eu fui vendo que o que eu estava sentindo não era mais felicidade, e sim medo, de não poder andar de mãos dadas com o meu pai na rua e ser xingado ou sofrer algo pior, mesmo ele sendo meu pai”, destacou.
Cerca de seis a cada dez viajantes LGBTQIA+ cancelaram viagens por se sentirem inseguros (Reprodução/Internet)
Medo
Ainda segundo a pesquisa, cerca de 20% das pessoas afirmaram que sempre pesquisam o destino para saber como o local é, e se é acolhedor com a comunidade LGBTQIA+. E 58% dos entrevistados afirmaram que para as pessoas da comunidade LGBTQIA+ passam mais tempo pesquisando sobre destinos e acomodação do que viajantes heterossexuais.
Segundo o relatório “Observatório de Mortes Violentas de LGBTQIA+ no Brasil, 237 pessoas LGBTQIA+ morreram de forma violenta no País, em 2020, sendo 224 homicídios, que correspondem a 94,5% dos casos, e 13 suicídios, com 5,5%.
Em contrapartida à pesquisa feita desde 1980, pelo Grupo Gay da Bahia, pela primeira vez as travestis ultrapassaram os gays em número de mortes no Brasil. São: 161 travestis e transexuais, 51 gays, 10 lésbicas, 3 homens trans, 3 bissexuais, e 2 heterossexuais confundidos com gays.
Mais de 230 pessoas LGBTQIA+ morreram de forma violenta no Brasil, em 2020 (Reprodução/Internet)
A pesquisa aponta ainda que entre as regiões que mais registram mortes por homofobia, entre eles, lidera a região Nordeste, com 113 casos, seguido pelo Sudeste com 66 casos, em 2020. E logo atrás, regiões Norte e Sul, com 20 mortes cada. Já no Centro-Oeste, foram registradas 18 mortes. Entre as capitais mais violentas é possível identificar Salvador com 20 casos e São Paulo com 10.
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