Sem descartar candidatura em 2026, Boulos diz ficar no governo até fim do mandato de Lula
Por: Fred Santana
11 de novembro de 2025
BELÉM (PA) – O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, não descartou, em entrevista à CENARIUM nessa terça-feira, 11, uma possível candidatura nas eleições gerais de 2026, quando o País vai às urnas escolher o novo presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais, mas reafirmou que pretende continuar no governo até o fim do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após afirmar que pretendia permanecer como ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República até o fim do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado Guilherme Boulos, em entrevista à CENARIUM nessa terça-feira, 11, não descartou uma possível candidatura nas eleições gerais de 2026, quando o País vai às urnas escolher o novo presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais.
A declaração do ministro de Lula ocorreu no segundo dia de debates da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em Belém (PA) de 10 a 21 de novembro de 2025. “Olha, eu pretendo ficar até o fim do terceiro mandato do presidente Lula ajudando a colocar o governo na rua, que foi a missão que ele me deu. Agora a eleição nós vamos discutir o ano que vem”, declarou Boulos.
A declaração ganha peso porque a licença de Boulos como deputado do Psol para assumir um ministério do governo foi avaliada por analistas como um possível início de candidatura à Presidência da República, se não em 2026, em 2030. A fala reforça a percepção de que Boulos, um dos nomes mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dentro do campo progressista, é visto como possível herdeiro político do presidente.

O ministro destacou, ainda, a importância do evento climático para o Brasil e para a juventude. “Essa é uma COP usada. É ousada porque está acontecendo no coração da Amazônia, na maior floresta tropical do mundo. Um encontro mundial com milhares de jovens, e os jovens têm tido um protagonismo incrível neste evento”, disse Boulos.
O deputado federal pelo Psol-SP lembrou também que a realização da cúpula no Brasil foi uma insistência do atual presidente. “Esse foi um dos motivos pelos quais o presidente Lula fez questão que esta COP fosse no Brasil e fez questão que fosse em Belém. Ele queria que essa COP fosse do povo do Brasil”, afirmou.
Boulos ressaltou que o evento representa uma oportunidade para mostrar ao mundo o compromisso do país com a agenda ambiental e climática, e que o governo federal tem buscado ampliar a participação popular em decisões estratégicas.
Quem é Boulos
Aos 43 anos, o ministro traz uma trajetória marcada pelo ativismo urbano e pela articulação com movimentos sociais. Nomeado por Lula em 29 de outubro, ele substituiu Márcio Macêdo, que comandava a pasta desde o início do governo, em janeiro de 2023. A Secretaria-Geral é considerada o principal canal de interlocução do governo federal com a sociedade civil.
Nascido em São Paulo, filho dos médicos e professores universitários Maria Ivete e Marcos Boulos, o ministro é filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (Psol). Em 2022, foi eleito deputado federal com mais de 1 milhão de votos, tornando-se o mais votado do Estado e o segundo mais votado do País. No novo cargo, terá como principal desafio fortalecer o diálogo entre o Palácio do Planalto, os movimentos sociais e a sociedade civil organizada.