Sem foro privilegiado, Bolsonaro deve ser novamente denunciado por senadores da CPI da Covid
04 de janeiro de 2023
Ex-presidente lamentou episódio, mas afirmou que "o pessoal aprendeu o que é política" durante seu mandato (Sergio Lima/AFP)
Da Revista Cenarium*
MANAUS – Os sete senadores que integraram o núcleo duro da CPI da Covid, o chamado G-7, vão reunir documentos que consideram provas de crimes cometidos por Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia para que o ex-presidente seja investigado pelo Ministério Público Federal.
Os parlamentares acreditam que agora, sem a proteção do foro privilegiado, que perdeu ao deixar o cargo, Bolsonaro seja enfim investigado a pedido do Ministério Público e possa responder em primeira instância.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chorou ao participar de encontro com lideranças evangélicas no Palácio da Alvorada (Pedro Ladeira – 8.mar.22/Folhapress)
Bolsonaro foi indiciado na CPI por nove crimes: de epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, charlatanismo, prevaricação, crime contra a humanidade e crime de responsabilidade.
Sob o comando de Augusto Aras, no entanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento das denúncias, e Bolsonaro jamais foi investigado por elas.
A ideia de novamente denunciar o ex-presidente Bolsonaro partiu do senador Humberto Costa (PT-PE). Renan Calheiros (MDB-AL), que foi o relator da CPI, e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi o vice-presidente, já afirmaram que endossam a iniciativa.
Costa acredita que as chances de a denúncia prosperar são reais. Em outra investigação, a Polícia Federal concluiu que Bolsonaro cometeu crime ao associar a vacina contra a Covid à possibilidade de uma pessoa desenvolver Aids.
A PF atestou a “existência de elementos probatórios concretos suficientes de autoria e materialidade” para atestar os crimes de “provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto” e de “incitação ao crime“.
O documento explica, ainda, que Bolsonaro teria cometido o delito de incitação ao crime por incentivar “o descumprimento de normas sanitárias estabelecidas pelo próprio governo federal, que seria o uso obrigatório de máscaras pela população“.
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