Sem prioridade: Bolsonaro ‘corta’ 70% da assistência social em pleno aumento da pobreza

Desde o início da gestão Bolsonaro, os repasses caíram de R$3 bilhões, em 2019, para R$910 milhões no ano passado (Reprodução)

Sem plano de voo


Que o presidente Jair Bolsonaro nunca teve um ‘plano de voo’ para o Brasil até os mais alheios à política já devem ter percebido. A sua falta de noção de prioridade ao tomar decisões também parece estar se cristalizando tanto que seus efeitos se traduzem nas suas avaliações nas pesquisas de opinião. Ter à frente da nação um mandatário que reúne tais características, com uma pandemia persistente e uma economia em frangalhos, não tem sido uma vantagem, aos menos à população que necessita da assistência social governamental.

Perdas consecutivas


O Sistema Único de Assistência Social (Suas) sofreu perdas consecutivas de recursos. Desde o início da gestão Bolsonaro, houve uma redução de mais de 70% nos repasses ao sistema, que caíram de R$3 bilhões, em 2019, para R$910 milhões no ano passado. O perigo é comprometimento das atividades que incluem o cadastramento e pagamento do BPC e do Auxílio Brasil, o antigo Bolsa Família, uma vez que o Suas também responde pelo Cadastro Único. Para 2022, a tendência é de uma redução ainda maior.

Erro político


Apesar de constar dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LOA) deste ano uma previsão de R$ 1 bilhão para a rubrica, sabe-se que o valor autorizado costuma passar por cortes até ser pago. Para se ter ideia, no ano passado, estava autorizado o pagamento de R$ 2,1 bilhões. Apenas 43% desse total chegou ao Suas. O levantamento foi feito pelo Portal Congresso em Foco e dá uma boa dimensão do quanto Bolsonaro segue errando também nessa área num momento em que o Brasil volta ao Mapa da Fome e já acumula mais de 20 milhões de famintos, mais de 13 milhões de desempregados, com uma inflação de dois dígitos a solapar todos.

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Veto Refis das MEIs


Na contramão do que qualquer administrador sensato faria, Bolsonaro perdoou dívidas de ruralistas bilionários — mais R$ 200 bilhões em três anos, drenou para as companhias aéreas R$ 8 bilhões, mas não quer renegociar as dívidas de MEIs e pequenas empresas. Vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos foi contundente: “O cúmulo da irresponsabilidade e falta de compromisso com quem ousa empreender e gerar emprego não sancionar a lei do Refis das micro e pequenas empresas até 31 de dezembro e usar uma desculpa esfarrapada para vetar a matéria”.

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