Sem procissão por conta da pandemia, fiéis celebram Círio de Nazaré em Manaus

A solenidade marca a 106ª edição do Círio de Nazaré em Manaus (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – A tradicional manifestação religiosa de Nossa Senhora de Nazaré, celebrada neste domingo, 11, acontece tradicionalmente em Belém do Pará, e em todas as partes do Brasil com alterações para evitar aglomeração e contágio da covid-19. Sem romarias e procissões, a devoção à santa pôde ser acompanhada de forma on-line e presencial por moradores de alguns pontos da capital amazonense.

A solenidade marca a 106ª edição do Círio de Nazaré em Manaus, cuja primeira ocorreu em 1915 em Manaus, segundo a arquidiocese do município. A programação da igreja católica iniciou às 6h30 da manhã, com a Santa Missa no santuário de Fátima, na Praça 14 de Janeiro.

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Por volta das 7h30, os fiéis realizaram o translado da imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelas ruas da comunidade até a matriz de Nazaré. Com o novo Coronavírus, o passeio não pôde ser seguido por outros automóveis, conforme estipulado pela coordenação da festa.

A recomendação para que as igrejas não realizem a celebração na rua partiu do próprio papa Francisco, em uma mensagem enviada do Vaticano, em Roma.

“No meio desta pandemia que causa tanta aflição e transtornos, impedindo inclusive que se realize a tradicional procissão do Círio, vamos levantar o olhar para Maria, a mãe que Cristo nos deixou, e embora seja a única mãe de todos, manifesta-se de distintas maneiras na Amazônia. Que Maria possa interceder junto a seu divino filho, afim de que essa dura prova termine e todas as famílias mergulhadas no sofrimento possam encontrar o consolo e a paz”, anunciou o líder religioso.

Ao longo de todo percurso do passeio da imagem de Nazaré em Manaus, os comunitários que puderam participar da festividade cantaram, fizeram oração do terço e pediram bênçãos, enquanto moradores aguardavam a imagem da santa passar pela rua de casa.

Em 2020, a corda da berlinda não pôde ser levada pelos fiéis, por conta da pandemia (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Símbolo de fé

A corda da berlinda, outro símbolo da festa, na qual os populares costumam pagar suas promessas com as procissões, foi levada em carro aberto para que todos pudessem vê-la de perto. As paróquias da diocese também receberam pedaços cortados do emblemático objeto religioso.

De acordo com o coordenador-geral da festa, Franciomar Costa, o Círio de Nazaré de Manaus contou com duas cordas, na qual a mais nova substituiu a primeira que era utilizada há 30 anos pela igreja. “Em um carro vai a corda que está conosco há mais de 30 anos e que será substituída e em outro a corda nova, que será usada a partir do ano que vem”, contou.

A professora de biologia, Márcia Gomes, contou que sempre teve o sonho de tocar na corda, mas nunca teve oportunidade. Ao participar da celebração, no entanto, a educadora foi surpreendida.

As paróquias da diocese também receberam pedaços cortados do emblemático objeto religioso. (Arquivo Pessoal)

“Sempre quis segurar a corda da berlinda e não tinha oportunidade. Neste ano em que a humanidade seria mais impossível ainda, a corda veio até mim de modo inesperado. É a graça do Filho pela intercessão da Mãe”, contou.

Por volta das 10h, o Arcebispo Metropolitano de Manaus, Dom Leonardo Steiner, presidiu a missa do Círio de Nazaré que foi realizada com capacidade de público reduzida. A programação deste domingo encerra uma missa na comunidade São João Batista, no bairro Parque 10.

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