Senado pede prisão preventiva de Ciro Gomes por violência política de gênero


Por: Ana Pastana

08 de setembro de 2025
Senado pede prisão preventiva de Ciro Gomes por violência política de gênero
O ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o Senado Federal (Marcos Oliveira/Agência Senado / Assembleia Legislativa do Estado de Roraima | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

MANAUS (AM) – A Advocacia do Senado Federal protocolou, na última quinta-feira, 4, um pedido de prisão preventiva contra o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT). Ele é acusado de violência política de gênero contra a ex-senadora e atual prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias (PT).

O requerimento foi feito dentro de uma ação penal eleitoral movida pelo Ministério Público Eleitoral e leva em conta declarações de Ciro desde abril do ano passado, quando Janaína assumiu a vaga no Senado deixada pelo atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT).

Na ocasião, o ex-ministro se referiu à petista como “assessora para assuntos de cama do Camilo Santana” e “cortesã”. Pelas falas, ele foi condenado, em maio deste ano, pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJ-DFT), a pagar R$ 52 mil de indenização à prefeita.

Mesmo após a condenação, Ciro voltou a atacar Janaína em entrevistas recentes. Em agosto, chegou a afirmar que a prefeita “recrutava moças pobres e de boa aparência para fazer o serviço sexual sujo do senhor Camilo Santana”.

Caso a prisão não seja decretada, a Advocacia do Senado pede medidas alternativas, como a proibição de contato com Janaína, a vedação de novas manifestações ofensivas e a restrição de aproximação a menos de 500 metros dela.

Reação

Janaína se manifestou no último sábado, 6, durante o Congresso Estadual do PT, em Fortaleza (CE). “Esse segundo ataque dele foi destemperado, mas é o jeito dele de ser mesmo. Covardemente, porque ele queria atacar uma pessoa, não ataca, mas ataca a mim”, declarou. Ela ainda disse que as novas declarações foram consideradas “ainda mais graves” e que atingem sua imagem como prefeita de Crateús.

Já a defesa de Ciro Gomes afirma que a medida tenta “criminalizar um discurso nitidamente político” e “constranger” o ex-ministro, além de impedir sua liberdade de expressão. O advogado Walber Agra negou a prática de violência política de gênero e disse que Ciro apenas questiona “critérios não-republicanos para a escolha de cargos importantes no Ceará”.

Gleisi Hoffmann

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), apoiou a decisão da Advocacia do Senado de pedir a prisão preventiva de Ciro Gomes. Pelas redes sociais, Gleisi afirmou que o órgão “agiu muito bem”, classificando as declarações de Ciro como “gravíssimas e de machismo repugnante”. Segundo a ministra, o pedetista “vem desafiando a Justiça com ataques reiterados desde 2024”. Ela também manifestou solidariedade à prefeita de Crateús, Janaína Farias.

Agiu muito bem a Advocacia do Senado ao pedir prisão preventiva de Ciro Gomes por seus ataques à ex-senadora e atual prefeita de Crateús (CE), Janaína Farias. As ofensas de Ciro são gravíssimas e de machismo repugnante. Ele vem desafiando a Justiça com ataques reiterados desde 2024. Toda solidariedade à prefeita Janaína“, afirmou Hoffmann.

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