Senador por RR, Telmário Mota aumenta patrimônio em mais de R$ 3 milhões durante carreira política

No site do tribunal, os bens declarados, atualmente, são denominados "outros bens e direitos" e "outros bens imóveis", sem detalhes do que se tratam especificamente (Reprodução)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

BRASÍLIA – O senador por Roraima Telmário Mota (Pros) aumentou seu patrimônio em mais de R$ 3,5 milhões desde que assumiu um cargo político pela primeira vez, em 2005, segundo consulta feita pela REVISTA CENARIUM, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta terça-feira, 9. Na época, segundo o sistema do tribunal, o parlamentar não declarou nenhum bem, mas afirma possuir, atualmente, o total de R$ 3.528.550,00.

No site do tribunal, os bens declarados, atualmente, são denominados “outros bens e direitos” e “outros bens imóveis”, sem detalhes do que se tratam especificamente. O primeiro tem valor declarado de R$ 228 mil e o segundo, de maior valor, vale R$ 3,3 milhões.

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Consta no TSE que em 2004 o senador não declarou nenhum bem (Reprodução/Tribunal Superior Eleitoral)
Detalhamento dos bens do senador Telmário Mota (Pros-RR) em 2022 (Reprodução/Tribunal Superior Eleitoral)

Telmário Mota deu início à carreira no legislativo, há 17 anos, quando assumiu o cargo de suplente na Câmara Municipal de Boa Vista, capital roraimense. Desde então, tentou se eleger prefeito da cidade e governador do Estado, sem sucesso. Foi eleito senador, em 2014, com 96.888 votos. Hoje, recebe remuneração mensal de R$ 33,7 mil.

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O parlamentar é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em esquema de fraudes e desvio de verbas federais destinadas ao combate da pandemia de Covid-19, em Roraima. Um inquérito, que tem Mota e o senador Chico Rodrigues (União-RR) como réus, foi prorrogado por 60 dias pelo ministro Luís Roberto Barroso no mês passado.

Patrimônio em crescimento

Quando se elegeu vereador, em 2008, quatro anos após assumir a vaga de suplente e não ter declarado nada, Mota afirmou ter dois bens no valor total de R$ 240 mil, sendo R$ 120 mil cada.

Declaração de bens em 2008 (Reprodução/Tribunal Superior Eleitoral)

Já em 2010, os bens declarados na primeira tentativa de se eleger senador “saltaram” para R$ 4,5 milhões. Apenas um terreno valia R$ 4 milhões. A declaração, no TSE, contém ainda dois veículos automotores terrestres (que podem ser caminhão, automóvel ou moto) que, juntos, valiam R$ 13 mil. “Outros fundos” valiam R$ 400 mil, segundo o parlamentar.

Declaração de bens em 2010 (Reprodução/Tribunal Superior Eleitoral)

Nos anos seguintes em que Telmário Mota se candidatou (2012, 2014 e 2018), os valores se mantiveram abaixo dos R$ 4 milhões. Eleito senador há oito anos, ele declarou, na época, possuir bens que totalizavam R$ 3.049.000,00.

Declaração de bens em 2014 (Reprodução/Tribunal Superior Eleitoral)

Esclarecimentos

À REVISTA CENARIUM, o parlamentar e a assessoria de comunicação afirmaram que a ausência de bens declarados, em 2004, se deve a um problema no site do TSE, pois o senador já possuía e declarou patrimônio na época. A reportagem questionou o tribunal sobre o erro, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

Mota disse, ainda, que vai verificar, junto à sua equipe, a divergência entre bens e valores declarados nos anos seguintes. Ele cita o terreno no valor de R$ 4 milhões, que diz se referir a uma fazenda de sua propriedade desde antes de assumir o primeiro cargo político. O imóvel vale, segundo ele, R$ 20 milhões, e seria sempre declarado no Imposto de Renda.

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