Senadores do Amazonas deixam CPMI que investiga descontos indevidos de aposentados


Por: Ana Cláudia Leocádio

17 de setembro de 2025
Senadores do Amazonas deixam CPMI que investiga descontos indevidos de aposentados
Os senadoes Omar Aziz, Eduardo Braga e Plínio Valério (Ariel Costa e Lula Marques/Agência Brasil/Jefferson Rudy/Agência Senado | Composição: Paulo Dutra/CENARIUM)

BRASÍLIA (DF) – Os senadores do Amazonas Eduardo Braga (MDB), Omar Aziz (PSD) e Plínio Valério (PSDB) deixaram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), instalada no Congresso Nacional para investigar os descontos indevidos dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – CPMI do INSS -, que foi instalada no dia 20 de agosto, com uma reviravolta na escolha para a presidência do colegiado, que elegeu o candidato da oposição, senador Carlos Viana (Podemos-MG), numa derrota a Aziz, que chegou ao colegiado como candidato do governo e franco favorito para presidir os trabalhos.

Desde a instalação, a CPMI do INSS realizou oito sessões, das quais os parlamentares participaram da inicial, no dia 20 de agosto, e da subsequente, no dia 26 do mesmo mês. Desde então, os senadores não apareceram mais nas reuniões. Na primeira sessão, foi realizada a eleição para a presidência dos trabalhos e, a segunda, para definir o plano de trabalho da CPMI e votar os primeiros requerimentos de pedido de informações e convocações.

O senador Omar Aziz perdeu a presidência da CPMI em derrota para o Governo Lula (Reprodução/Senado)

Segundo informações da Secretaria da CPMI do INSS no Senado, no Ofício 57/2025, enviado pelo “Bloco Democracia”, formado pelos partidos União Brasil, Podemos, MDB e PSDB, designou a senadora Soraya Thronicke (União-MS), no dia 27 de agosto, para substituir o senador Eduardo Braga como titular na Comissão. Por isso, desde a reunião do dia 28, Braga não participou mais dos trabalhos.

Omar Aziz faltou desde a sessão do dia 28 de agosto até a realizada no último dia 11 de setembro, quando ainda constava como titular. Na oitava reunião, realizada nessa terça-feira, 16, Omar também não compareceu, mas segundo dados da CPMI, o “Bloco Parlamentar pelo Brasil” do Senado Federal, formado pelo PSB e PSD, enviou o Ofício 74/2025, no qual designa como titular a senadora Teresa Leitão (PT-PE) no lugar do senador amazonense.

O senador Eduardo Braga, do MDB (Reprodução/Senado)

Nos dias em que faltou às reuniões, os suplentes indicados ao lado do nome de Omar compareceram à sessão: Paulo Paim (PT-RS), Ana Paula Lobato (PDT-MA), Jussara Lima (PSD-PI) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), que na semana passada trocou de bloco.

Indicado como candidato da bancada governista para presidir o colegiado, Omar acabou perdendo a eleição pela diferença de três votos, num placar de 17 a 14, a favor do atual presidente Carlos Viana, que indicou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) para ser o relator das investigações parlamentares. Foi a vitória de uma manobra de oposição, que deixou os governistas de fora da cúpula da comissão.

O senador Plínio Valério só participou da reunião de instalação da CPMI e depois foi substituído pelo correligionário senador Styvenson Valentim, do Acre, segundo consta no Ofício 53/2025, apresentado pelo “Bloco Democracia”, no dia 20 de agosto. Ele integrava o mesmo bloco de Eduardo Braga.

O senador Plínio Valério também deixou a CPMI do INSS (Reprodução/Senado Federal)

A CMPI do INSS é formada por 30 membros titulares, sendo 15 do Senado e 15 da Câmara dos Deputados, e igual número de suplentes. Os membros titulares têm prioridade nos trabalhos da CPMI, por isso a importância de fazer parte nessa condição.

Ao contrário dos senadores, o deputado federal Sidney Leite (PSD-AM), o terceiro representante do Amazonas na CPMI do INSS, titular pela Câmara dos Deputados, tem participação assídua nas reuniões, com apresentação de requerimentos e apresentação de sugestões ao colegiado.

A CENARIUM procurou as assessorias dos parlamentares para saber sobre os motivos que os levaram a deixar a comissão, mas não obteve retorno até esta publicação.

Comissão termina em março de 2026

A comissão foi instalada no dia 20 de agosto para investigar os descontos indevidos de aposentados e pensionistas do INSS, esquema revelado pela “Operação Sem Desconto” pela Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU), em abril deste ano. Na época, a estimativa do rombo nos cofres públicos ultrapassava R$ 6 bilhões. O governo federal já realizou o ressarcimento de cerca de 80% dos segurados que provaram terem sido lesados. O prazo final da investigação será dia 23 de março de 2026.

Depois de ter a reunião de segunda-feira, 15, cancelada por causa da recusa de comparecimento do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS“, a CPMI aprovou, na tarde de terça-feira, a convocação de seis pessoas ligadas a ele e a outro empresário, Maurício Camisotti, que também informou que não irá à comissão. O depoimento dele estava marcado para essa quinta-feira, 18.

Sem data ainda para serem ouvidos, foram convocados: a esposa de Antunes, Tania Carvalho; o filho dele Romeu Carvalho Antunes; dois sócios do empresário, Rubens Oliveira e Milton Salvador de Almeida Jr; a mulher de Camisotti, Cecília Montalvão; e, por último, o advogado ligado a Camisotti e alvo da PF na semana passada, Nelson Wilians.

Leia mais: CPMI do INSS aprova prisão preventiva de 21 investigados
Editado por Jadson Lima

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