Servidores federais e PMs sofrem pressão por apoio ao ‘golpe do 7 de setembro’

Jair Bolsonaro em solenidade de encerramento de curso da PM, em São Paulo (Marcos Corrêa/PR)
Via Brasília – Da Cenarium

Convocação

Em suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro fez convocações para os atos nesta terça-feira, 7, convidando também os integrantes do Executivo Federal. Internautas viram o convite como exigência para que os diferentes níveis do governo se comprometam em corroborar os ataques ao STF. Bolsonaristas acreditam que policiais militares irão participar em peso das manifestações desta terça-feira, 7. Fazem eco à fala de Bolsonaro de que 7 de setembro se comemora a Independência do Brasil e que “qualquer cidadão” tem o direito de participar de atos “pela liberdade”.

PMs no foco

Apesar de haver pressão para que PMs se juntem aos atos, uma empresa especializada em monitoramento da web, sediada na capital federal, disse à coluna Via Brasília não ter identificado nas redes um discurso uníssono da categoria, com capacidade de incitar atos de radicalização das forças policiais. Também não foram captados movimentos robustos que possam resultar em um golpe. Lideranças mais próximas do governo seguem destacando o caráter “pacífico” do movimento.

Zap radical

Diferentemente do que tem ecoado nas redes sociais, no WhatApp, Bolsonaro encaminhou mensagens para uma lista de transmissão em que fala sobre a necessidade de um “contragolpe” e convoca apoiadores para se manifestarem no dia 7 de setembro com o objetivo de mostrar que ele e as Forças Armadas têm apoio para uma ruptura institucional. O “furo” do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, ainda repercute e põe mais lenha na fogueira golpista de Bolsonaro.

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Propostas impactadas

Analistas temem que um discurso mais incisivo do PR contra o STF ou contra o sistema democrático possa acirrar ainda mais a crise com o Judiciário e atrapalhar as negociações em torno da PEC dos precatórios, do PL do IRenda e de programas de distribuição de renda próximo do pleito eleitoral. Alguns consideram que a radicalização do PR joga contra o próprio governo, uma vez que, sem acordo, as propostas importantes ficariam prejudicadas em pleno ano eleitoral.

Preocupação internacional

A carta assinada por ex-presidentes, ex-premiês e parlamentares de 26 países, demonstrando preocupação com a democracia brasileira, levou opositores a acusarem o governo de prejudicar a imagem internacional do Brasil. Avaliam que qualquer movimento autoritário do PR nos protestos do dia 7 será prejudicial para a política externa e a economia. A culpa acerca dos resultados do Boletim Focus, que prevê de PIB menor e inflação mais alta, recai, por ora, no ministro da Economia, Paulo Guedes, atacado pela esquerda e pela direita liberal. Mas não tarda a ser atribuída a Bolsonaro.

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