Silas Malafaia é alvo de operação da PF


Por: Jadson Lima

20 de agosto de 2025
Silas Malafaia é alvo de operação da PF
O pastor Silas Malafaia (Reprodução/Youtube)

MANAUS (AM) – O líder religioso Silas Malafaia foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 20, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Os agentes federais cumpriram mandado de busca e apreensão no âmbito do inquérito que investiga suspeitas de obstrução de investigação, coação no curso do processo criminal e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

As medidas judiciais foram ordenadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Além da busca e apreensão pessoal, Moraes ordenou o cumprimento de uma série medidas cautelares diversas da prisão. Malafaia está proibido de manter contato com outros investigados e de deixar o Brasil.

De acordo com a PF, o pastor “foi abordado por policiais federais ao desembarcar de voo proveniente de Lisboa e está sendo ouvido nas dependências do aeroporto”.Foram executadas medidas cautelares diversas da prisão, entre elas a proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados“, disse a corporação em nota.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia (Joédson Alves/Agência Brasil)

Veja medidas ordenadas por Moraes contra o pastor Silas Malafaia:

  • Busca e apreensão pessoal (foram apreendidos aparelhos eletrônicos, anotações e outros elementos em posse do líder religioso);
  • Proibição de se ausentar do País com o cancelamento de todos os passaportes e veto à solicitação de novos documentos;
  • Proibição de conversar com alvos de ações penais sobre as denúncias da PGR que tem como alvos Jair Bolsonaro e auxiliares, além do inquérito que mira Eduardo Bolsonaro.

Moraes decidiu determinar ações judiciais contra Malafaia após a PF revelar mensagens extraídas de um celular de Bolsonaro, nas quais apontam que Malafaia teve o papel de liderança em ações planejadas para coagir autoridades brasileiras, “com claros atos executórios no sentido de coação no curso do processo e tentativa de obstrução à Justiça”. A decisão que ordenou às medidas cautelares diversas da prisão ao líder religioso indicam, ainda, que ele atua em “campanha criminosa” de ataques a ministros do STF.

“Os elementos de prova indicam que as condutas de Silas Malafaia influenciam diretamente o investigado Jair Bolsonaro, resultando em ações concretas, inclusive com postagem de conteúdos nas redes sociais previamente acordadas por Malafaia. Há fortes evidências, ainda, que Silas Malafaia atua na construção de uma campanha criminosa orquestrada, destinada à criação, produção e divulgação de ataques a ministros”, diz Moraes.

No documento de 35 páginas, o ministro escreveu que os elementos de prova colhidos pela PF demonstram o risco de dano grave ou de difícil reparação, em razão dos indícios de cometimento de gravíssimos crimes como “coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal) e obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa (art. 2o, § 1 o, da Lei 12.850/13)”. O entendimento sobre a conduta dos investigados segundo Moraes, é da Procuradoria Geral da República (PGR).

‘Ações criminosas’, diz PF

O relatório da PF que embasou a decisão do magistrado mostra que o “teor dos diálogos indica que Silas Malafaia “atua de forma livre e consciente” e em “unidade de desígnios com os demais investigados, na articulação e definição de ações e estratégias de coação as autoridades judiciais responsáveis pelo julgamento” da ação penal em face de Jair Bolsonaro e áulico ares civis e militares por tentativa de golpe de Estado.

Para os investigadores, as conversas apontam que Malafaia exerce influência direta sobre o que chama de “modus operandi da família Bolsonaro”. Os materiais extraídos do celular do ex-presidente “corroboraram que o líder religioso avalizou e validou o conteúdo das postagens realizadas por Bolsonaro nas redes sociais em momentos críticos da investigação. As autoridades escreveram que “Malafaia auxilia de forma direta no alinhamento do discurso que deveria ser adotado pelos demais investigados”.

“A análise dos novos dados identificados no aparelho se somou ao elementos probatórios da primeira medida judicial de 18.07.205 e corroboram a hipótese criminal de um conjunto orquestrado de ações praticadas pelo grupo investigado, voltadas a coagir membros do Poder Judiciário e, mais recentemente, do Poder Legislativo (Câmara e Senado) […] com a finalidade de obtenção de vantagem indevida”, diz trecho do relatório.

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.