Sindicato ameaça paralisação do transporte aquaviário às vésperas do festival

Barco é o principal meio de locomoção no Amazonas (Foto: Ricardo Oliveira/Cenarium)
Alessandro Fernandes – Da Agência Cenarium

MANAUS (AM) – Faltando apenas 23 dias para o início do Festival Folclórico de Parintins, o Sindicato dos fluviários do Amazonas (SINDFLU-AM) e os associados ameaçam uma possível paralisação nos transportes fluviais caso não haja acordo entre as partes envolvidas. O sindicato reivindica o reajuste salarial, além do plano de saúde, escala de folgas e horas extras.

Os aquaviários são responsáveis pelo transporte de pessoas e produtos para Zona Franca de Manaus (ZFM), além de viabilizar o escoamento, importação e exportação. A notícia chegou com certo temor aos torcedores e apaixonados pelo boi-bumbá que se preparam para desembarcar na Ilha Tupinambarana.

À REVISTA CENARIUM, o vice-presidente do SINDFLU-AM, José Maria Moura dos Santos, explicou que a partir das negociações que ainda devem ser realizadas, poderá haver um entendimento e compreensão por parte o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (SINDARMA), reconhecendo que as “reivindicações são justas”, em prol das categorias aquaviárias de convés, que vai de capitão fluvial até marinheiro auxiliar de convés.

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José Maria ressaltou, ainda, que caso não haja esse bom senso durante as negociações, irão “valer de seus direito”, para uma possível paralisação, isso dentro da forma da lei, conforme explicou o vice-presidente.

Representante da categoria

O Sindicato foi criado com o objetivo de representar a categoria de convés que vai de capitão fluvial a auxiliar de convés. Na revista comercial do estado do Amazonas Ed 11, estudos apontam que 53,7% das importações e exportações foram por malha fluvial, gerando mais de R$65 milhões em 2022. Hoje são aproximadamente oito mil profissionais e mais de quatro mil inativos na área fluvial, um total de mais de 12 mil profissionais.

Faturamento

No ano passado, um grupo de empresas que importaram e exportaram em Manaus faturou mais de R$ 38 bilhões, conforme o sindicato. A média salarial hoje capitão é de R$ 7 mil e piloto prático R$ 6 mil.

Um prático de navio cargueiro navegando 36h de Santana-AP até Itacoatiara-AM ganha em média mil reais por hora de serviço. Um mesmo profissional navegando de Manaus-AM até Porto Velho-RO transportando mais de 12 milhões de litros, transportados por comboio, navegando oito a 10 dias de viagem ganha um adicional de 400 reais por mês.

O SINDFLU-AM divulgou uma coletiva de imprensa para o próximo sábado, 8, quando ocorrerão as tratativas de melhorias ou possível paralisação do sistema.

Leia mais: Sindicato fluvial quer parceria com SSP para reduzir ataques de ‘piratas’ nos rios do Amazonas
Editado por Aldizangela Brito
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