‘Só Deus me tira daquela cadeira’, diz Bolsonaro em Marcha para Jesus de Curitiba

Em aceno a eleitores evangélicos, presidente deve marcar presença em série de marchas pelo País neste ano eleitoral (Reprodução)
Com informações do Estadão

CURITIBA – Em discurso para centenas de fiéis evangélicos na 28ª Marcha para Jesus, em Curitiba, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), voltou a dizer que “só Deus” o tira da cadeira que ocupa e reforçou: “nosso exército é o povo brasileiro”. Sem citar o ministro Alexandre de Moraes, contra quem ajuizou notícia-crime por abuso de autoridade, Bolsonaro ressaltou ser sua função, como chefe do Executivo, “fazer com que todo aquele que esteja fora das 4 linhas” da Constituição “venha para dentro da mesma”.

O presidente acumula embates com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente com Moraes, a quem já chamou de “canalha”. Para ministros da Corte, as ameaças de Bolsonaro são parte de sua estratégia eleitoral.

No discurso, em Curitiba, Bolsonaro voltou a falar sobre a liberdade – tema que invocou no encontro com o bilionário Elon Musk e se tornou ainda mais presente nos discursos do mandatário depois do perdão concedido ao deputado Daniel Silveira, condenado por ameaças à democracia e incitação à violência contra ministros do STF.

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“Todos nós daremos a nossa vida pela nossa liberdade. Esse é o bem maior de um País que se diz democrático”, afirmou, do alto do carro de som. “É uma missão que eu tenho. E só Deus me tira daquela cadeira. Somos democratas, respeitamos a nossa Constituição. E é um dever meu, como chefe do Executivo, fazer que todo aquele que esteja fora das quatro linhas da nossa Constituição venha para dentro da mesma”, disse.

Marcha para Jesus

O presidente viajou para a capital paranaense na sexta-feira, 20, para participar da 28ª Marcha para Jesus. No início da manhã, ele se reuniu com líderes evangélicos, no Teatro Guairinha, no Centro da cidade. Em seguida, caminhou até a praça Santos Andrade e subiu no trio elétrico que deu início ao evento, onde seguiu por todo o percurso da marcha até a Praça 19 de Dezembro.

Apoiadores exibiam bandeiras do Brasil e, entre elas, uma estampada com a palavra ‘liberdade’.

Na reunião com Musk, na sexta-feira, 20, o chefe do Executivo disse que a possível compra do Twitter pelo magnata representa um “sopro de liberdade” para muitos usuários – Bolsonaro argumenta que a rede prejudica a liberdade de expressão com suas políticas de controle de conteúdo, e alega que correntes de pensamento à direita são, especialmente, atingidas.

Como mostrou o Estadão/Broadcasta Marcha, em Curitiba, é a primeira de uma série de grandes eventos evangélicos que Bolsonaro participará. Há previsão também de o presidente comparecer a um encontro semelhante ao da capital paranaense em Manaus (AM), no dia 28, e em Cuiabá (MT), em 18 de junho.

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