Sobe para nove número de corpos em cemitério clandestino em RR


Por: Ian Vitor Freitas

23 de janeiro de 2025
Equipes no local identificado como cemitério clandestino, em Roraima (Reprodução/PC-RR)
Equipes no local identificado como cemitério clandestino, em Roraima (Reprodução/PC-RR)

BOA VISTA (RR) – O número de corpos enterrados em um cemitério clandestino em uma região de mata na divisa entre os bairros Pricumã e Cinturão Verde, Zona Oeste de Boa Vista, subiu para nove nessa quarta-feira, 22, após a Polícia Civil de Roraima (PC-RR) encontrar mais quatro corpos no local. De acordo com as investigações, a área era usada por uma organização criminosa da Venezuela.

O trabalho investigativo iniciou no dia 20 de janeiro, após uma denúncia feita à Polícia Militar de Roraima (PM-RR). As ossadas humanas foram localizadas em uma manilha de concreto de esgoto, que estava vedada. Equipes do Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida e do Instituto de Medicina Legal (IML) estiveram no lugar para realizar a perícia e, em seguida, fizeram a remoção dos restos mortais, encaminhados para o IML para identificação.

O delegado titular da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco), Wesley Costa de Oliveira, que está à frente dos trabalhos, informou que, até o momento, a identidade das vítimas e as circunstâncias do crime permanecem desconhecidas.

Agentes da Polícia Civil acompanham remoção dos corpos (Reprodução/PC-RR)

Oliveira ainda ressaltou que foram acionadas máquinas pesadas para escavar o local, retirar a manilha concretada, para poder remover os cadáveres. Os trabalhos para retirar as ossadas ocorrerem em um local de difícil acesso e a mata é fechada, o que retardou as ações.

“Localizamos mais estes corpos, que estão esqueletizados. O local em que estavam é difícil para o acesso das equipes. No entanto, estamos empenhados neste trabalho agora e as equipes vão continuar com as diligências e a varredura no local para verificar a possibilidade de localizarmos outros corpos. As investigações seguem em andamento para elucidar os fatos e responsabilizar os envolvidos”, ressaltou.

Além dos maquinários utilizados para a remoção dos restos mortais, os agentes contaram com apoio do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBM-RR), da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) e do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (IATER).

A operação acontece em mobilização com a Delegacia-Geral de Homicídios (DGH), a Draco, o Núcleo de Investigação de Desaparecimento de Pessoas (NIPD) e Grupo de Resposta Imediata, do Departamento de Polícia Judiciária da Capital. Eles realizam uma varredura em toda a região, para encontrar novas provas.

Entenda o caso

O caso iniciou após um homem, de 29 anos, que seria olheiro da facção, fugir para não ser morto por criminosos. Moradores abordaram o homem, pois acharam que ele estava querendo roubar as residências da região.

Para a polícia, ele confessou que ajudava os criminosos a esconder os corpos e que teria visto as execuções. O homem contou que o motivo de estar pulando os muros das residências é porque estavam atrás dele e que tinham sequestrado sua família.

Com a denúncias, as equipes iniciaram as buscas e encontraram cinco corpos no cemitério clandestino. Depois de localizarem os primeiros corpos, os militares acionaram o plantão da DGH.

Nas primeiras horas, os policiais encontraram três corpos, assim como roupas e sacos de cal, um pó utilizado para controlar o mau cheiro e combater a contaminação do solo pelo líquido cadavérico. Os materiais estavam próximos às covas. Logo depois encontraram mais dois corpos.

Saco de cal, usado para disfarçar odor cadavérico (Reprodução)

Na terça-feira, 21, ocorreu na sede da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) uma coletiva sobre o caso e a PC-RR confirmou a prisão de dois venezuelanos, que não tiveram as identidades reveldadas. W.J.H.L., de 29 anos, e J.G.C.C., de 27 anos, foram presos em flagrante, acusados de ocultação de cadáver, associação criminosa armada e ameaças.

Leia mais: PMs desenterram cinco corpos de cemitério clandestino em Roraima
Editado por Adrisa De Góes

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