Sobrecarga na rede de oxigênio do Hospital Amadora-Sintra, em Portugal, obriga a transferir doentes

Estão a ser transferidos 48 doentes para outros hospitais de Lisboa, em Portugal (Reprodução/ Internet)

Com informações da TSF Notícias

PORTUGAL – Uma sobrecarga na rede de oxigênio do Hospital Amadora-Sintra, essa terça-feira, está a obrigar a transferir 48 doentes para outros hospitais de Lisboa, como o Hospital de Santa Maria e o Hospital Militar, sabe a TSF. Esta unidade hospitalar é uma das que tem maior pressão provocada pela pandemia e já tinha feito transferência de pacientes para o Algarve na última semana.

Vão ser transferidos 20 doentes com Covid para o Hospital de Santa Maria, 11 doentes com Covid estáveis para o Hospital de Campanha da Cidade Universitária, cinco para o Hospital das Forças Armadas e ainda para o Hospital de Setúbal e Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. Os responsáveis pela unidade hospitalar em sobrecarga disseram há pouco à TSF que abriram, nas últimas 72 horas, 90 camas para doentes com Covid.

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Luís Pisco, presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, explicou que a sobrecarga aconteceu porque foi excedida a capacidade da rede, que estava à espera de ser aumentada.

“Portanto, o débito baixou e é preciso retirar alguns doentes para o nível de oxigênio ficar normal para todos os outros. O hospital estava precisamente a tentar melhorar essa rede, com um novo depósito e o que aconteceu foi que não houve tempo porque, com a quantidade de pessoas que estavam a fazer oxigênio, houve essa sobrecarga, essa falha no débito”, esclareceu à TSF.

No entanto, o presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo garante que “não há doentes em risco”. Uma informação reforçada também pelo enfermeiro-chefe do hospital, que garantiu que os doentes transferidos não estavam nos cuidados intensivos e podem vir a ser feitas mais transferências.

“Destes 363 [doentes internados], cerca de 150 estão a fazer ventilação evasiva. Em momento algum esteve em causa uma rotura na rede de fornecimento de oxigênio do hospital, bem como falta de oxigênio nesta mesma rede. Existiu sim, face a esta sobrecarga, um elevado número de doentes internados e vão existindo algumas flutuações na própria rede de fornecimento do oxigênio”, sublinhou Rui Santos, enfermeiro-chefe do Amadora-Sintra, esta noite, em declarações aos jornalistas no hospital.

No entanto, o presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo garante que “não há doentes em risco”. Uma informação reforçada também pelo enfermeiro-chefe do hospital, que garantiu que os doentes transferidos não estavam nos cuidados intensivos e podem vir a ser feitas mais transferências.

“Destes 363 [doentes internados], cerca de 150 estão a fazer ventilação evasiva. Em momento algum esteve em causa uma rotura na rede de fornecimento de oxigênio do hospital, bem como falta de oxigênio nesta mesma rede. Existiu sim, face a esta sobrecarga, um elevado número de doentes internados e vão existindo algumas flutuações na própria rede de fornecimento do oxigénio”, sublinhou Rui Santos, enfermeiro-chefe do Amadora-Sintra, esta noite, em declarações aos jornalistas no hospital.

“Há 31 doentes que têm de sair para que essa capacidade seja reposta e é isso que está agora em cima da mesa. Os doentes serão transferidos em segurança para o Hospital de Santa Maria e para o Hospital Militar. Neste momento, mais do que apurar responsabilidades sobre o que aconteceu, o importante é resolver este problema em segurança”, ressalvou o autarca.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, afirmou que esta situação já era expectável e que os hospitais já não têm capacidade para ligar muitos dos doentes a ventiladores.

“Não temos profissionais de saúde e, portanto, para lhes salvarmos a vida temos de lhes fazer uma coisa que se chama ventilação não invasiva. Estes doentes requerem grandes doses de oxigênio, a que se chama oxigênio de alto débito. Era expectável, e na semana passada a Ordem dos Enfermeiros alertou para isso, que pudesse haver quebras neste fornecimento”, explicou à TSF Ana Rita Cavaco.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, transferir os doentes foi a medida mais acertada.

“Julgo que a decisão do hospital foi a mais correta naquela altura em que, de facto, detetaram que o oxigênio não estava a chegar aos doentes. É evidente que isto é uma situação crítica mas, à partida, pode ser garantida com alguma tranquilidade, desde que exista solidariedade no processo e, obviamente, adoção das medidas necessárias para que os doentes possam continuar a fazer oxigênio, nomeadamente por meio das próprias botijas de oxigénio”, acrescentou à TSF Miguel Guimarães.

O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) instalou, na semana passada, uma nova rede de oxigênio na Torre da Amadora para reforçar a já existente, face ao elevado consumo devido à pandemia de Covid-19, informou a unidade hospitalar.

Numa nota divulgada na quarta-feira na rede social Facebook, o Hospital adiantou que reforçou a rede de gases medicinais que serve esta unidade, designadamente as áreas das enfermarias, serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, entre outras.

“Foi, assim, instalada uma nova rede de oxigênio na Torre Amadora para reforço da rede já existente, visando a manutenção de fluxos para estabilização da rede de oxigênio face ao elevado consumo”, é indicado na nota.

Hospital Amadora-Sintra se posiciona:

“O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) informa que se verificaram, ao início da noite de hoje, um conjunto de constrangimentos na rede de fornecimento de oxigênio medicinal. Esta situação tornou aconselhável a diminuição do número de doentes internados a quem é necessário administrar oxigênio em alto débito, pelo que se está a proceder a transferência de 48 doentes para outras unidades de saúde da região de Lisboa.

Não está em causa a disponibilidade de oxigênio ou o colapso da rede, mas sim a dificuldade da estrutura existente em manter a pressão. Assim é necessário aliviar o consumo de oxigênio para estabilizar a rede e repor a normalidade.

Em momento algum os doentes internados estiveram em perigo devido a esta ocorrência. Os constrangimentos referidos foram colmatados com recurso a garrafas de oxigénio, envolvendo a mobilização de vários profissionais cujo esforço se agradece publicamente.

Recorde-se que o HFF é o hospital da região Lisboa, e mesmo do país, com mais doentes COVID-19 internados: 363 a data de hoje, com um aumento de 400% desde 1 de janeiro do ano em curso. Muitos destes doentes, pelas características da doença, necessitam de oxigênio medicinal em alto débito, sendo que tal causa uma sobrecarga sobre as redes hospitalares.

Recorde-se também que o HFF tem já em curso um conjunto de obras para reforço da rede de fornecimento de oxigênio. Está em curso um reforço da rede de gases medicinais que serve esta unidade, designadamente as áreas das enfermarias, serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, entre outras.

Na semana passada foi instalada uma nova rede de oxigênio na Torre Amadora para reforço da rede já existente, visando a manutenção de fluxos e estabilização da rede de oxigênio. Tiveram igualmente início os trabalhos para a instalação de um novo tanque de oxigênio que funcionará em paralelo com o existente.

Esta nova infraestrutura, que se estima ficar concluída dentro de três semanas, vai dar resposta a eventuais necessidades de aumento do consumo. Além disso tiveram também já início os trabalhos de instalação de uma rede redundante na Torre Sintra, que tal como a rede redundante instalada na outra torre irá reforçar a rede de gases medicinais já existente. Adicionalmente vai também ser instalado um tanque de oxigénio para alimentar em exclusivo a Área Dedicada a Doentes Respiratórios do Serviço de Urgência e que ficará independente da rede principal do HFF”.

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