Sobrevivente de acidente com moto aquática de empresário faz relatos inéditos: ‘Vinha no escuro’
Por: Jadson Lima
22 de setembro de 2025
MANAUS (AM) – Um dos sobreviventes do acidente envolvendo uma moto aquática (jet ski) conduzida pelo empresário Robson Tiradentes e uma embarcação de pequeno porte em Iranduba (AM), Geovane Gonzaga, relatou, em entrevista exclusiva à TV CENARIUM, que “o jet ski vinha no escuro” no momento da colisão, registrada por volta de 22h30 de sábado, 20, em uma comunidade rural do município. Gonzaga é marido e pai de duas das vítimas fatais do caso: Marcileia Silva Lima, 37 anos, e Jhon da Silva Gonzaga, de sete meses.
Na entrevista concedida nesta segunda-feira, 22, Gonzaga detalhou os momentos que antecederam o impacto no Rio Negro, na comunidade Acajatuba, zona rural de Iranduba (AM). Segundo ele, o condutor da embarcação em que estava utilizava uma lanterna para emitir sinais de luz, mas não houve tempo de evitar a aproximação da moto aquática.

“Eu estava retornando para casa. Aí o Pedro vinha com a lanterna, ele focava de vez em quando. Vinha focando, ele vinha focando. Agora o jet ski a gente não viu, porque eles vinham no escuro também. Quando a gente sentiu só foi o impacto”, disse. Gonzaga contou, ainda, os primeiros instantes após serem arremessados na água após a colisão.
“Eu caí já apagado no rio. Quando eu ia afundando, retornei, consegui boiar e chamei pela minha esposa, chamei pelo Pedro e não veio mais ninguém”. À reportagem, ele explicou que estava sentado na parte dianteira da embarcação no momento do choque. “Eu vinha sentado no banco da frente, só que como ele bateu, já subiu mais na parte do bote, do meio para trás”, afirmou à jornalista Ana Pastana.

Geovane Gonzaga também afirmou querer que a justiça seja feita, assim como que o responsáveis pela tragédia paguem pelo que chamou de irresponsabilidade. “Pra frente eu quero que a justiça seja feita, pagar pelos atos de irresponsabilidade deles”, disse o homem.
Investigação
A Marinha do Brasil informou que a Capitania vai investigar o acidente envolvendo o empresário e ex-vereador Robson Tiradentes e os ribeirinhos. Em nota, a força naval afirmou que será instaurado inquérito para apurar as causas e circunstâncias do acidente.

Uma equipe da Capitania deslocou-se até o Lago de Acajatuba, em Iranduba (AM), para acompanhar as diligências. Além da Marinha, a Delegacia Fluvial (Deflu) realiza diligências no local para também apurar as circunstâncias do caso.
Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram como ficou a moto aquática e o bote após a colisão. O jet ski, de cores preto e amarelo, nomeado como “Lady Kei”, teve a parte frontal danificada com o impacto. Já a embarcação, composta por alumínio, ficou danificada na parte lateral.
Condução noturna de motos aquáticas é proibida
Em nota à CENARIUM, a Marinha do Brasil, autoridade marítima brasileira, afirma que estabelece regras específicas para a condução de motos aquáticas em todo o País. Conforme a NORMAM/212/DPC, documento que regula a atividade de motonautas, a condução desses veículos é restrita ao período entre o nascer e o pôr do sol, ficando proibida a navegação noturna. A medida tem como objetivo garantir maior segurança na prática, considerando que a visibilidade reduzida aumenta o risco de acidentes.

Além do horário limitado, a norma determina que tanto o condutor quanto o passageiro usem coletes salva-vidas homologados e que a embarcação esteja equipada com a chave de segurança conectada ao condutor, recurso que desliga o motor em caso de queda. Também é exigido que a moto aquática possua registro junto à Capitania dos Portos e que o piloto seja habilitado como Motonauta (MTA), garantindo que apenas pessoas capacitadas possam conduzir esse tipo de embarcação.
A proibição da navegação noturna de motos aquáticas é vista como uma medida preventiva fundamental. Sem iluminação adequada e com a menor visibilidade durante a noite, aumentam os riscos de colisões, quedas e outros acidentes que podem ser fatais. Por isso, a rnoite, aumentam os riscos de colisões, quedas e outros acidentes que podem ser fatais. Por isso, a regulamentação da Marinha busca equilibrar o lazer e o esporte aquático com a segurança dos envolvidos.
Acidente
O acidente envolvendo as duas embarcações com três vítimas fatais ocorreu na noite de sábado, 20, na zona rural de Iranduba (AM), município cuja sede fica a 27 quilômetros de Manaus. Uma moradora do local, que optou por não se identificar, afirmou que uma vítimas retornava de um torneio realizado na comunidade Saracá e ofereceu carona para a família de Geovane.
“O rapaz estava voltando de um torneio aqui na comunidade chamada Saracá e ele ofereceu uma carona para essa família que era o bebê, a moça e o seu esposo, e eles estavam vindo de lá e o jet ski estava vindo atrás da lancha, que era da famílias deles e eles estavam atrás no rio. O jet ski deu de frente com o bote sendo que nessa colisão, a moça com o bebê foram arremessados para água, o piloto também e os dois que estavam no jet ski também”, afirmou.

O empresário e radialista Ronaldo Tiradentes confirmou nesse domingo, 21, em nota, que o irmão dele, Robson Tiradentes, conduzia a moto aquática no momento da colisão. Segundo informações repassadas pelo radialista, o irmão, Robson, precisou passar por atendimento médico após a colisão e que aguarda o esclarecimento do caso.
“Meu irmão, Robson, sofreu fraturas no rosto e na bacia e será operado agora à tarde [domingo, 21]. Eu [Ronaldo Tiradentes] e minha família estamos em orações por todos os envolvidos. A família espera que uma perícia possa ajudar a esclarecer os fatos até agora muito confusos”, disse.
A CENARIUM tenta contato com o empresário para posicionamento sobre as declarações de Geovane, que sobreviveu ao acidente, mas até o momento não houve retorno.