‘Solução urgente’, pedem associações de correspondentes sobre desaparecimento de jornalista e indigenista na Amazônia

Região onde dupla desapareceu estava fora dos limites da Terra Indígena (Reprodução/Cimi)
Com informações do Infoglobo

RIO DE JANEIRO – A Associação dos Correspondentes de Imprensa Estrangeira no Brasil (Acie) e a Associação dos Correspondentes Estrangeiros (ACE) emitiram uma nota de preocupação com o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips, colaborador do Jornal The Guardian, no Brasil, e do indigenista Bruno Araújo Pereira, desaparecidos na região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte, no Amazonas.

No documento, as entidades escreveram que requerem, juntas, ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), à União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e toda a população ribeirinha da região uma investigação imediata das autoridades brasileiras para localizar o paradeiro de Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira.

“Também exigimos do governo brasileiro que atue, fortemente, para garantir a segurança dos profissionais da imprensa, brasileiros e estrangeiros, que atuam naquela região e que têm sofrido diversas ameaças ao seu trabalho nessa área de conflito de exploração irregular de minério. Estamos atentos ao desenrolar dos acontecimentos e estamos cobrando uma solução urgente para o caso”, concluiu a nota.

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A organização não governamental Human Rights Watch também divulgou uma nota de preocupação, ressaltando que a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) informou que a equipe dos profissionais havia recebido ameaças na mesma semana do desaparecimento.

“É extremamente importante que as autoridades brasileiras dediquem todos os recursos disponíveis e necessários para a realização imediata das buscas, a fim de garantir, o quanto antes, a segurança dos dois”, pontuou o documento.

O Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF) e o Exército já foram acionados para realizar as buscas. Bruno Araújo era alvo constante de ameaças pelo trabalho que vinha fazendo junto aos indígenas contra invasores na região, pescadores, garimpeiros e madeireiros. O Vale do Javari é a região com a maior concentração de povos isolados do mundo.

Os dois desaparecidos viajavam com uma embarcação nova, com motor de 40 HP e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem, e sete tambores vazios de combustível.

De acordo com lideranças da Univaja, os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontrava próximo à localidade, chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da Funai no Rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas.

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