SP diz que pedirá aval à Anvisa para vacinar crianças de 5 a 11 anos

Governador João Doria segura caixa de vacina contra Covid-19. (Divulgação)

Com informações do Uol

SÃO PAULO – O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que pedirá hoje autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra Covid-19. A agência, no entanto, afirma que o pedido deve ser feito pela farmacêutica responsável pela vacina a ser aplicada. Até agora, nenhum imunizante teve aval para ser utilizado neste público.

Nessa terça-feira, 2, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, na tradução do inglês (CDC) dos Estados Unidos, recomendou, por unanimidade, a aplicação da vacina da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. Com o aval, a campanha para este público —estimado em 28 milhões de pessoas — pode começar já a partir de hoje.

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Em coletiva da equipe de Doria no Palácio dos Bandeirantes, a coordenadora do PEI (Plano Estadual de Imunização), Regiane de Paula, disse que “é uma unanimidade entre todos os estados [do Brasil] fazer a vacinação” das crianças.

“A Anvisa deve receber nos próximos dias uma solicitação também da Pfizer para que possa aprovar essa vacinação para essa população”, disse ela. “Então, mais uma vez mais, o Estado de São Paulo se antecipa, pedindo com urgência essa aprovação. São Paulo tem condições, junto com os municípios, de iniciar essa vacinação de quem tem 5 a 11 anos.”

Mas a Anvisa afirmou que não recebeu, por enquanto, um novo pedido de liberação para vacinar menores de 12 anos. “A solicitação para a inclusão de uma nova indicação de faixa etária na bula de uma vacina depende da apresentação de dados clínicos e científicos que sustentem a segurança e eficácia desta vacina para o público infantil. Por isso, o pedido de nova indicação deve ser feito pelo laboratório farmacêutico responsável pela vacina”, diz um trecho da nota da agência.

No mesmo posicionamento, a Anvisa negou que a Pfizer tenha pedido a inclusão da faixa etária de 5 a 11 anos na bula de vacina contra a covid-19. “Até o momento, o único pedido de aprovação de vacina Covid-19 para menores de 12 anos recebido pela Anvisa foi para a vacina Coronavac. Este pedido já foi analisado e negado, tendo em consideração as limitações dos dados apresentados à época e apresentados em reunião pública da Anvisa”, finaliza a agência.

O Uol procurou a farmacêutica Pfizer e, caso haja posicionamento, a reportagem será atualizada.

Durante a coletiva de imprensa, o presidente do Instituto Butatan, Dimas Covas, defendeu novamente o uso da CoronaVac neste grupo.

“A CoronaVac é a vacina mais segura para uso de crianças e adolescentes, na faixa de 3 a 17 anos. É a vacina que foi mais aplicada nessa população no mundo, e já em uso no Chile desde setembro”, afirmou. “Existe já um perfil de segurança demonstrado. Esses dados têm sido disponibilizados para a Anvisa conforme são gerados.”

O governo estadual argumenta que países próximos, como Chile, Argentina e Colômbia, já começaram a imunização de crianças.

Aqui, por enquanto, a Anvisa liberou a vacinação de adultos e adolescentes de 12 a 17 anos —estes últimos, apenas com o imunizante da Pfizer.

Queda nos números

Segundo o consórcio de veículos de imprensa do qual o Uol faz parte, mais de 116,2 milhões de brasileiros completaram a vacinação contra a covid-19 até ontem. No total, 116.267.212 brasileiros se vacinaram com a segunda dose ou a dose única de imunizante contra a doença —54,5% da população nacional. Os dados foram fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

No estado de São Paulo, de acordo com o governo, foram aplicadas até o início da tarde de hoje, 83% os moradores foram imunizados com pelo menos uma dose da vacina e 68,5%, com o esquema vacinal completo.

Doria afirmou que houve uma queda de 93% nas mortes por causa da covid-19, comparando o início de novembro e o início de abril deste ano. Ontem, a Secretaria Estadual da Saúde registrou 62 óbitos, contra 890 em 1º de abril. Vale ressaltar, no entanto, que os estados costumam computar menos mortes e casos em dias de folga —como o Dia de Finados, em 2 de novembro.

Ele citou também indicados do mês passado. “Outubro foi o número com menos mortes por covid-19 desde abril de 2020, no início da pandemia no Brasil. Em abril do ano passado, São Paulo teve 2.239 mortes”, disse. “Agora, em outubro, foram 2.192 pessoas que, infelizmente, perderam a vida para a covid-19. Mas seguimos caindo, em queda.”

Para o governo, a vacinação impulsionou a queda nos números. “Se queremos promover um controle adequado da pandemia, temos que vacinar toda nossa população. Só assim estaremos progredindo de uma forma muito mais segurs no controle da circulação do vírus, impossibilitando o surgimento de novas variantes”, diz Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde de São Paulo.

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