STF mantém prisão de investigados após audiência de custódia
12 de julho de 2024

Da Cenarium*
MANAUS (AM) – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a prisão de cinco investigados na quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada nessa quinta-feira, 11, que apura o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para favorecer filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, monitorar ilegalmente ministros do STF e políticos opositores. O esquema também agiu clandestinamente contra jornalistas, segundo o relatório preliminar da PF.
Com a decisão, vão continuar presos o ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República Mateus de Carvalho Sposito, o empresário Richards Dyer Pozzer, o influencer digital Rogério Beraldo de Almeida, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.
As prisões foram mantidas após audiência de custódia realizada por um juiz instrutor do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. A justificativa para manutenção das prisões ainda não foi divulgada e a audiência ocorreu de forma virtual.

De acordo com as investigações da PF, a Abin foi utilizada durante o governo Bolsonaro para favorecer filhos do ex-presidente, monitorar ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e políticos opositores.
Em nota divulgada nesta sexta-feira, 12, o ex-diretor da Abin e deputado federal Alexandre Ramagem (PL) negou as acusações de uso ilegal do órgão durante sua gestão. Segundo Ramagem, as acusações são “ilações e rasas conjecturas” e visam prejudicar sua candidatura à prefeitura do Rio de Janeiro.
“Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa. No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro“, afirmou.
Nessa quinta-feira, 11, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que a divulgação do relatório de investigação da PF foi feita para prejudicar a candidatura de Ramagem.
“Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura de delgado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro“, afirmou.
Jair Bolsonaro não se manifestou.