Streaming amazônico visa destacar produções artísticas da região

Imagem mostra uma ave voando em meio a setas compostas por floresta, com a imagem da plataforma no fundo (Composição Paulo Dutra/Cenarium)
Isabella Rabelo – Da Cenarium

MANAUS (AM) – Visando impulsionar o cenário artístico e a cultura da região, a startup Muvieplay é a primeira plataforma focada na produção audiovisual independente da Amazônia. O serviço de streaming possui em seu catálogo filmes, documentários, shows, videoclipes, games, entre outras obras produzidas por artistas dos Estados da Amazônia Legal.

A empresa surgiu em meados de 2021, em meio à pandemia, com foco em promover a música local da cidade de Manaus (AM). Após incluir também o cinema, o projeto tornou-se um streaming amazônico com uma diversidade de produções audiovisuais.

“Nós ficamos impactados com o estado deplorável que enfrentaram muitos artistas da música manauara em meio às políticas de distanciamento social. Depois disso, sentimos a dor do mercado local e vimos que o cinema amazônico tinha necessidades ainda maiores quanto à distribuição. Abraçamos o Cinema e, assim, nos tornamos um streaming amazônico em construção”, declarou uma das fundadoras da startup, Raquel Omena.

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Em 2023, o Muvieplay ocupou a categoria de streaming oficial de quatro festivais amazônicos: os eventos cinematográficos Olhar do Norte, que acontece em Manaus; o paraense Curta Bragança; o Osmane, originário da Bahia; e o festival de música Fecani, que foi criado em Itacoatiara, um município do Amazonas localizado a 176 quilômetros da capital do Estado.

Tela inicial do site que mostra os conteúdos exibidos no streaming (Arquivo pessoal)

A co-fundadora explicou que, para o artista, o serviço oferece diversas oportunidades e se torna uma vitrine, onde o produtor pode exibir o seu trabalho para uma audiência significativa, além de alcançar a monetização através dos anúncios exibidos na plataforma.

“O Muvieplay tem um potencial de impacto positivo muito grande, tanto na difusão das produções, quanto no alcance. Nossa intenção é registrar, difundir, produzir dados sobre nossas produções e o mercado e exaltar nossos artistas, criando uma corrente forte de valorização amazônica e criando novas celebridades locais”, afirmou Raquel.

Atualmente, o catálogo da plataforma conta com mais de 300 conteúdos, entre filmes, videoclipes, shows e documentários, que podem ser acessados e desfrutados pelo público de forma gratuita.

Visibilidade

À CENARIUM, o diretor artístico do festival de cinema Olhar do Norte, Victor Kaleb, definiu a parceria com o streaming como algo extremamente positivo para as obras expostas, por ser uma ferramenta que alavancou o alcance do conteúdo do evento.

“O festival tem a intenção de divulgar a arte da Amazônia, a arte de cinema principalmente, e com a plataforma isso se expandiu muito. Muitas das visualizações dos filmes do festival foram por conta disso. Eu acho que a gente precisa de mais iniciativas desse tipo, com certeza”, afirmou o diretor.

Victor pontuou, ainda, uma série de fatores que, segundo o profissional, tornam difícil a ocupação do espaço pelas obras amazônicas, como o modelo de distribuição de filmes no Brasil e o funcionamento dos cinemas, hoje dominados por obras Hollywoodianas.

“O acesso a essas plataformas facilita encontrar esses filmes que seriam quase impossíveis de ver em outros lugares. Filmes que falam de, por exemplo, uma realidade amazônica que é vista de uma maneira muito romantizada, uma maneira para turistas. Não que os turistas sejam ruins, mas é que eles veem o que eles querem ver da gente, não o que a gente é”, refletiu.

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Editado por Jadson Lima
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