‘Suprema humilhação’, diz Bolsonaro sobre medidas restritivas determinadas pelo STF


Por: Marcela Leiros

18 de julho de 2025
‘Suprema humilhação’, diz Bolsonaro sobre medidas restritivas determinadas pelo STF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante coletiva de imprensa em Brasília (DF) (Reprodução/Redes Sociais)

MANAUS (AM) – O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que a operação e as medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele têm o objetivo de causarem “suprema humilhação”.

A declaração ocorreu nesta sexta-feira, 18, à imprensa, após Bolsonaro deixar a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do Distrito Federal, onde foi instalada tornozeleira eletrônica no ex-mandatário.

Nunca pensei em sair do Brasil, nunca pensei em ir para embaixada, mas as cautelares são em razão disso. Eu não posso me aproximar de embaixada, eu tenho horário para ficar na rua e, no meu entender, o objetivo é uma suprema humilhação”, disse Jair Bolsonaro.

Entre as medidas impostas pelo STF está o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de acesso às redes sociais, assim como permanecer em sua residência entre 19h e 7h da manhã e a proibição de se comunicar com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus investigados pelo STF.

Operação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de operação da Polícia Federal (PF), na manhã desta sexta-feira, 18, em Brasília (DF). Os mandados estão sendo cumpridos na casa de Bolsonaro e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente.

Ele deverá utilizar tornozeleira eletrônica como medida restritiva e não poderá ter acesso às redes sociais. As medidas foram determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e confirmada pelos advogados de defesa do ex-presidente à imprensa.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é alvo de operação da Polícia Federal (PF) (Alan Santos/PL e Reprodução/PF | Composição: Lucas Oliveira/Cenarium)

Outras medidas cautelares também incluem permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã e a proibição de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros, assim como com outros réus investigados pelo STF.

Segundo a Folha de S. Paulo, o procedimento sigiloso que levou à aplicação das medidas contra Bolsonaro foi autuado no STF e distribuído ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes em 11 de julho, dois dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, citando o processo contra o ex-presidente no STF.

PF

A Polícia Federal apreendeu cerca de US$ 14 mil na operação de busca realizada contra o ex-presidente, de acordo com agentes que acompanham as ações. A defesa de Bolsonaro afirmou ter recebido “com surpresa e indignação” as medidas cautelares impostas ao ex-presidente. Disse ainda que ele “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário“.

Em publicações nas redes sociais, o PL Nacional e o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, compartilharam, em colaboração, uma imagem de Bolsonaro em frente à uma reprodução da Bandeira do Brasil, com o seguinte texto: “Verás que um filho teu não foge à luta“. Na legenda da publicação, o partido chama Bolsonaro de “capitão” e afirma que ele não está sozinho.

Em outra publicação, o partido manifesta “estranheza e repúdio” diante da operação da Polícia Federal contra o ex-presidente e na sala que Bolsonaro ocupa na sigla. O Partido Liberal questiona, na nota, o que justifica a atitude se Bolsonaro sempre esteve à disposição das autoridades e afirma ser desproporcional a medida determinada pelo STF.

O PL considera a medida determinada pelo Supremo Tribunal Federal desproporcional, sobretudo pela ausência de qualquer resistência ou negativa por parte do presidente Bolsonaro em colaborar com todos os órgãos de investigação“, declarou.

Essa não é a primeira operação de busca contra o ex-presidente. Em fevereiro de 2024, a PF cumpriu mandados de busca e prisão contra ex-ministros de seu governo e militares envolvidos na trama golpista para manter o ex-presidente no poder. Um dos alvos foi o próprio ex-presidente. Ele teve que entregar o passaporte para a PF.

(*) Com informações da Folhapress

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