Tecnologia colombiana inspira projeto que usará plástico reciclado para erguer casas no AM


Por: Ana Cláudia Leocádio

14 de novembro de 2025
Tecnologia colombiana inspira projeto que usará plástico reciclado para erguer casas no AM
O secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) e titular da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), Marcellus Campêlo (Diego Peres /Secom)

BELÉM (PA) – O secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) e titular da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), Marcellus Campêlo, detalhou a principal tecnologia a ser utilizada nos programas habitacionais que o Governo do Amazonas apresentou na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), iniciada na última segunda-feira, 10, em Belém. Conforme o gestor, o programa Amazonas ECOLar, criado e desenvolvido pela Defesa Civil do Estado, é baseado em tecnologia da Colômbia, e deverá estimular a coleta, separação e reutilização de plásticos que iriam para lixões, igarapés ou ruas, transformando o material em blocos de construção sustentável.

“Os plásticos recolhidos passam por um processo de reciclagem e transformação industrial, no qual são convertidos em blocos utilizados para a construção de unidades habitacionais. Esses blocos são encaixados, sem necessidade de concreto, cimento ou qualquer tipo de aglomerante. O sistema é autoportante, ou seja, as próprias peças sustentam a estrutura funcionando de forma semelhante a um lego”, explicou o secretário.

O primeiro projeto-piloto do Amazonas ECOLar será realizado no município de Iranduba, em um terreno doado pela prefeitura. A previsão é de construir de 30 a 40 casas, com entrega estimada para o primeiro semestre de 2026. “A Defesa Civil dará prioridade às famílias que vivem em áreas de risco, que terão acesso a essas unidades habitacionais construídas com o material reciclado”, detalhou Campêlo.

Marcellus Campêlo, Wilson Lima e Francisco Máximo durante apresentação de painel da COP30 (Diego Peres/Secom)

Conforme o secretário, o programa envolve toda uma cadeia produtiva sustentável, desde o trabalho com catadores de lixo, que serão subvencionados pelo Governo do Amazonas para coletar o plástico, material de baixo valor no mercado de resíduos sólidos, até o processamento industrial.

O governo pretende criar também um subsídio para estimular os catadores a recolherem o plástico e o levarem à Defesa Civil, de forma semelhante ao que já acontece com papel, papelão e alumínio. Dessa forma, o programa une sustentabilidade ambiental, inovação tecnológica e inclusão social, ao mesmo tempo em que contribui para a redução do lixo plástico e oferece moradia digna para famílias vulneráveis.

Projetos na COP30

Campêlo destacou os demais projetos apresentados pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, na COP30, seja na Zona Azul ou na Zona Verde. Além do Amazonas ECOLar, foram levados à conferência o programa Prosamin+, a Política Estadual de Transição Energética e os 21 projetos de crédito de carbono, que devem arrecadar até R$ 390 milhões em 30 anos. As iniciativas, detalhadas pelo secretário Marcelo Campelos, mostram o compromisso do Estado com a redução de emissões, a modernização da matriz energética e a implementação de soluções habitacionais mais eficientes e adaptadas às realidades climáticas da região.

Governo do Amazonas lançou Plano Estadual de Bioeconomia e Política de Transição Energética durante a COP30 (Diego Peres/Secom)

O governador assinou o projeto de lei da Política Estadual de Transição Energética, que estabelece diretrizes para reduzir a dependência de combustíveis fósseis em todo o estado. “O objetivo é diminuir em 50% o consumo de combustíveis fósseis no médio e longo prazo, tornando a matriz mais limpa, eficiente e econômica”, afirmou. A política prevê a hibridização das termelétricas do interior, substituindo o óleo diesel por gás natural do campo do Azulão, explorado pela empresa Eneva, em Silves, o que, na avaliação do secretário, reduziria as emissões de CO₂ e os custos de operação.

Inovações no Prosamin+

Outro destaque apresentado foi o Prosamin+, que moderniza e amplia o tradicional programa habitacional do Estado. Os novos conjuntos incorporam unidades maiores, soluções termoacústicas, iluminação LED, vagas de estacionamento e áreas comerciais planejadas para evitar improvisações dentro dos apartamentos. “Nossa prioridade é tirar famílias de áreas de risco e garantir condições dignas e seguras, com apartamentos amplos e mais confortáveis”, explicou Campêlo. O programa também traz novas ações ambientais, como o plantio de 60 mil árvores em áreas de intervenção, reforçando a mitigação e a adaptação climática.

Moradias do Prosamin+ (Reprodução/Governo do Amazonas)

De acordo com o secretário, as iniciativas fazem parte do Amazonas Meu Lar, que reúne quatro eixos habitacionais e soma mais de R$ 4 bilhões em investimentos até 2026. O programa integra obras diretas do Estado, parcerias com o Minha Casa, Minha Vida, subsídios de até R$ 35 mil para entrada em imóveis financiados e um amplo processo de regularização fundiária. “Já entregamos 22 mil títulos definitivos e vamos chegar a 33 mil até o fim da gestão”, afirmou.

Leia mais: Governador do AM lança site e aplicativo do ‘Amazonas Meu Lar’
Editado por Adrisa De Góes

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.