Cassandra Castro – Da Cenarium
BRASÍLIA – O impacto da tecnologia também chega às transações financeiras dos brasileiros. É o que afirma um estudo do Banco Central (BC) que revela a preferência das pessoas em fazerem movimentações financeira pelo celular, principalmente pela funcionalidade, rapidez e facilidade de não precisar ir até as agências físicas.
Segundo o chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do Banco Central do Brasil, Ângelo José Duarte, aproximadamente, 2/3 das transações financeiras são atualmente feitas pelo celular, um aumento de quase 40%, em parte impulsionado pelas limitações impostas aos clientes pela pandemia de Covid-19. Outro fator que também foi registrado pelo Banco Central é a diminuição do uso do internet banking via computadores pessoais, laptops ou tablets.
O aeronauta André Luiz de Queiroz Sales usa o laptop ou o celular em 100% das operações bancárias e conta que só vai ao banco no caso de precisar pagar alguma taxa federal, o que só dá para ser feito em espécie e na “boca” do caixa. “Fora isso, não me lembro a última vez em que entrei em um banco para resolver algum problema”, diz ele.
Ainda de acordo com o Banco Central, quando o assunto é pagamento de contas, há uma mudança no comportamento de alguns clientes. Cerca de 35% deles procuram lotéricas, correspondentes bancários ou agências para efetuar os pagamentos.
Fintechs
O economista Ailson Rezende também destaca a importância do surgimento das chamadas Fintechs, empresas que redesenham a área de serviços financeiros com processos inteiramente baseados na tecnologia, que praticamente revolucionaram o sistema bancário e mudaram o perfil dos clientes.
“Com o surgimento dos bancos virtuais, que não exigem pagamento de taxas pelos serviços e fornecem cartões de débito e crédito, não precisa mais sair de casa para fazer suas operações. Eu acredito que, no futuro, as agências bancárias convencionais devem desaparecer e toda transação financeira deverá ser feita online”, afirma.