TEDxAMAZÔNIA: Sonia Guajajara diz que Brasil vê com preocupação avanço da extrema direita
Por: Letícia Misna
01 de dezembro de 2024
Sonia Guajajara em Manaus (Luiz André Nascimento/CENARIUM)
MANAUS (AM) – Manaus foi sede, entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro, de mais uma edição do TEDxAmazônia, evento que colocou em pauta a crise ambiental na região e o impacto nos seus povos. Entre os palestrantes esteve a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que destacou os crimes ambientais na região, as ações que o governo federal toma a respeito e falou que o governo vê com preocupação o avanço da extrema direita.
“A primeira coisa é combater o negacionismo climático, porque, infelizmente, ainda há um negacionismo muito grande impregnado e que tenta incidir sobre a opinião das pessoas. E quanto mais se aumenta o negacionismo, mais se aumenta também essa violência e esses crimes de incêndios”, disse Guajajara neste domingo, 1°.
Ainda segundo a ministra, entre os principais meios de combate adotados estão intervenções da Polícia Federal, por meio de investigações, e aumento do período de trabalho das brigadas. “Hoje, 60% das brigadas do Brasil são compostas por indígenas, e nós queremos aumentar esse tamanho, preparar mais brigadistas e aumentar esse tempo de atuação, que hoje é semestral. Estamos trabalhando para que as brigadas funcionem em tempo integral, tanto para trabalhar a conscientização e prevenção quanto o combate nos períodos de grandes queimadas”, explicou.
Sonia Guajajara durante participação no TEDxAmazônia (Luiz André Nascimento/CENARIUM)
Sonia Guajajara também falou sobre o avanço da extrema direita no Brasil, vista como forte influência na crise climática. Ela externou preocupação do governo brasileiro com países como os Estados Unidos, que elegeram o republicano Donald Trump como presidente pelos próximos quatro anos.
“Realmente isso é muito perigoso e a gente vê com muita preocupação”, comentou. “A gente sabe que os Estados Unidos são uma grande potência que consegue induzir muitas das decisões, mas o Brasil tem assumido esse papel como uma liderança muito forte por meio do presidente Lula, que tem enfrentado e que tem chamado atenção do mundo para assumir essa responsabilidade. Nós precisamos ter mais líderes como o presidente Lula para assumir essa liderança global”.
Evento ocorreu de 29 de novembro a 1º de dezembro, em Manaus (Luiz André Nascimento/CENARIUM)
COP30
A ministra também abordou a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, no Pará, em 2025, ressaltando que é uma oportunidade para mostrar ao mundo o que é a Amazônia de verdade.
“De fato, Belém traz uma grande expectativa não só no Brasil, mas para o mundo inteiro. O mundo está se movimentando para chegar aqui e a gente precisa utilizar também de toda essa vontade, curiosidade, que o mundo está para chegar aqui, para a gente falar sobre a Amazônia, falar sobre o que é a Amazônia. O presidente Lula já tem falado muito que o mundo sempre falou pela Amazônia, agora é a hora da Amazônia falar para o mundo”, disse.
Em contraponto, questionada sobre manifestações que possam ocorrer durante a COP30, assim como ocorreu na Colômbia, em outubro de 2024, na COP16 da Biodiversidade, onde a ativista indígena brasileira Txai Suruí foi detida pela segurança do evento por protestar contra o Marco Temporal, Sonia disse que casos como esses são “responsabilidades que o Ministério dos Povos Indígenas não pode assumir”.
“É importante que as pessoas entendam as etapas e formas de participação numa conferência do clima. Nós teremos em Belém uma grande mobilização com vários movimentos sociais que já realizam a Cúpula dos Povos e têm o seu direito garantido de estarem ali. Dentro do espaço da ONU entram as pessoas devidamente credenciadas, e precisam entender que as regras são das Nações Unidas e o Brasil não sobrepõe toda essa responsabilidade, sobre a questão de segurança”, declarou.
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