Tempestade solar ameaça redes elétricas e sistemas de navegação


10 de maio de 2024
Tempestade solar ameaça redes elétricas e sistemas de navegação
Tempestade solar se aproxima do planeta Terra (Nasa/SDO/AIA)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – Uma tempestade solar neste fim de semana ameaça desencadear apagões, afetar sistemas de navegação e derrubar rádios de alta frequência ao redor do mundo.

Esta é a primeira vez desde janeiro de 2005 que o Centro de Previsão do Clima Espacial dos Estados Unidos emitiu um aviso de tempestade geomagnética G4 — o segundo mais alto em uma escala de cinco níveis —, conforme múltiplas ondas de energia solar se aproximam do planeta.

Os efeitos das cinco erupções solares estão previstos para chegar à Terra entre o fim desta sexta-feira, 10, e o próximo domingo, 12. “Ocorrência nesse nível são muito raras”, disse o centro americano.

Durante essas erupções, partículas energéticas são emitidas e viajam com velocidades muito próximas à da luz, aumentando o nível de radiação.

Vídeo publicado pela Nasa sobre a tempestade solar (Reprodução/Nasa)

As erupções liberam ainda as ejeções de massa coronal (CME, em inglês). Estas nuvens de plasma, que viajam por mais tempo no espaço, têm campo magnético intenso e, quando interagem com o campo magnético da Terra, provocam as tempestades geomagnéticas.

As pessoas estarão protegidas pelo campo magnético da Terra. Mas redes elétricas despreparadas podem ser interrompidas, dutos, carregados com corrente, e espaçonaves, desviadas de curso.

A última vez que o nosso planeta foi atingido pelos efeitos de uma tempestade G5 — a pior na escala — foi em outubro de 2003, causando quedas de energia na Suécia e danificando transformadores na África do Sul.

O real impacto da tempestade será conhecido cerca de 60 a 90 minutos antes de as ondas de energia solar atingirem a Terra, à medida que os satélites medem as rajadas de energia.

Em partes da Ásia, da Europa e da América do Norte poderá ser vista uma aurora polar, de acordo com o UK Met Office, o serviço de meteorologia britânico. É provável que o fenômeno seja visível em todo o Reino Unido.

Além disso, voos transpolares entre a Europa, Ásia e América do Norte provavelmente serão redirecionados para evitar que passageiros e tripulações tenham uma maior exposição à radiação.

O Sol, que passa por um ciclo de 11 anos no qual o número de manchas solares aumenta e diminui, está se aproximando do pico do atual ciclo, que começou em dezembro de 2019.

Confira os impactos das tempestades geomagnéticas na Terra:
G1 (MENOR) – FREQUÊNCIA DE 1.700 CASOS POR CICLO DE 11 ANOS DO SOL
  • Sistemas de energia: flutuações fracas na rede elétrica podem ocorrer.
  • Operações espaciais: possível impacto menor nas operações de satélite.
  • Outros sistemas: animais migratórios são afetados nesses níveis e acima; aurora é comumente visível em altas latitudes (próximas ao polo norte).
G2 (MODERADO) – FREQUÊNCIA DE 600 POR CICLO
  • Sistemas de energia: sistemas de energia em altas latitudes podem apresentar alarmes de voltagem e tempestades de longa duração podem causar danos a transformadores.
  • Operações de espaçonaves: ações corretivas na orientação podem ser necessárias pelo controle terrestre; possíveis mudanças na resistência do arrasto afetam as previsões de órbita.
  • Outros sistemas: a propagação de rádio de alta frequência pode enfraquecer em latitudes mais altas, e auroras foram vistas tão baixas quanto Nova York e Idaho (tipicamente a 55° de latitude geomagnética).
G3 (FORTE) – FREQUÊNCIA DE 200 POR CICLO
  • Sistemas de energia: correções de tensão podem ser necessárias, alarmes falsos podem ser acionados em alguns dispositivos de proteção.
  • Operações espaciais: pode ocorrer carga superficial em componentes de satélite; o arrasto pode aumentar em satélites de órbita baixa da Terra e correções podem ser necessárias para problemas de orientação.
  • Outros sistemas: pode ocorrer navegação por satélite intermitente e problemas de navegação por rádio de baixa frequência; o rádio de alta frequência pode ser intermitente e auroras foram vistas tão baixas quanto Illinois e Oregon (tipicamente a 50° de latitude geomagnética).
G4 (SEVERO) – FREQUÊNCIA DE 100 POR CICLO
  • Sistemas de energia: possíveis problemas generalizados de controle de tensão e alguns sistemas de proteção podem desligar erroneamente a rede.
  • Operações de espaçonaves: podem ocorrer problemas de carga e rastreamento na superfície, correções podem ser necessárias para problemas de orientação.
  • Outros sistemas: correntes induzidas em dutos afetam medidas preventivas; propagação de rádio de alta frequência esporádica, navegação por satélite degradada por horas, navegação por rádio de baixa frequência interrompida e aurora foi vista tão ao sul quanto Alabama e norte da Califórnia (tipicamente a 45° de latitude geomagnética).
G5 (EXTREMO) – FREQUÊNCIA DE 4 POR CICLO
  • Sistemas de energia: problemas generalizados de controle de tensão e problemas no sistema de proteção podem ocorrer, alguns sistemas de rede podem experimentar colapso completo ou apagões. Transformadores podem sofrer danos.
  • Operações de espaçonaves: podem ocorrer carregamentos extensivos na superfície, problemas de orientação, comunicação de subida/descida e rastreamento de satélites.
  • Outros sistemas: as correntes em dutos podem atingir centenas de amperes, a propagação de rádio em alta frequência pode ser impossível em muitas áreas por um a dois dias, a navegação por satélite pode ser degradada por dias, a navegação por rádio de baixa frequência pode ficar fora do ar por horas e auroras foram vistas tão ao sul quanto a Flórida e o sul do Texas (tipicamente a 40° de latitude geomagnética).
Leia mais: Pesquisador brasileiro descobre possível novo planeta no Sistema Solar
(*) Com informações da Folhapress

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