‘Tenho coisa melhor para fazer’, diz Lula sobre assistir julgamento de Bolsonaro


Por: Lucas Thiago

31 de agosto de 2025
‘Tenho coisa melhor para fazer’, diz Lula sobre assistir julgamento de Bolsonaro
Lula em entrevista nessa sexta-feira (Ricardo Stuckert/PR)

MANAUS (AM) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nessa sexta-feira, 29, que não assistirá ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, marcado para começar na próxima terça-feira, 2, no Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi para a rádio Itatiaia de Minas Gerais.

“Não vou assistir ao julgamento, tenho coisa melhor para fazer. Não é a figura do Bolsonaro que está sendo julgada, é o comportamento desse cidadão que foi presidente da República em função das denúncias e delações feitas e das provas apuradas pela Polícia Federal. Se ele cometeu o crime, ele vai se punido. Se ele não cometeu, ele será absolvido e a vida continua”, disse Lula.

Bolsonaro é um dos oito réus do chamado núcleo crucial da trama golpista. Na denúncia apresentada ao Supremo, ele é apontado como chefe de uma organização criminosa que tentou impedir a posse de Lula, com o objetivo de manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas. A acusação inclui cinco crimes.

Presidente Lula em entrevista à Rádio Itatiaia MG (Ricardo Stuckert/PR)

Lula declarou, ainda, que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) será lembrado como o maior traidor da história do Brasil ao ajudar a fomentar os EUA na execução do tarifaço. Segundo o presidente, o filho de Bolsonaro, não deveria exercer seu mandato enquanto estiver fora do País.

“Conversei com Hugo Motta e vários deputados. É fundamental cassar Eduardo Bolsonaro pois ele será lembrado como um dos maiores traidores do Brasil e até do mundo. Porque ele sai do Brasil vai para os Estados Unidos e fica mentindo sobre o nosso país”, enfatizou Lula, ao afirmar que tratou do assunto com o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta (Republicanos).

‘Tarifaço’

Na semana passada, o ex-presidente Jair Bolsonaro e Eduardo foram indiciados pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

A decisão foi tomada após a PF concluir as investigações sobre a atuação de Eduardo junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo.

As sobretaxas impostas ao Brasil fazem parte da nova política da Casa Branca, inaugurada pelo presidente Donald Trump, de elevar as tarifas de parceiros comerciais na tentativa de reverter a relativa perda de competitividade da economia dos Estados Unidos para a China nas últimas décadas. Em relação ao Brasil, o governo estadunidense atribui à “violação de direitos humanos”.

No dia 2 de abril, Trump impôs barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, na ocasião, foi imposta a taxa mais baixa, de 10%.

No dia 6 de agosto, Trump aplicou uma tarifa adicional de 40% ao Brasil em retaliação a decisões que, segundo ele, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022.

Leia mais: STF determina vigilância externa na residência de Jair Bolsonaro
Editado por Jadson Lima

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