‘Terceira onda pode representar crise sanitária ainda mais grave’, alerta Fiocruz

As informações são do mais recente boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira, 13 (Photo Premium/Agência O Globo)

Com informações do O Globo

RIO DE JANEIRO – O Brasil registrou uma “ligeira redução” nas taxas de mortalidade pela Covid-19 nas últimas duas semanas, mas a incidência de casos se mantém elevada, assim como os valores de positividade dos testes para diagnóstico da doença. As informações são do mais recente boletim do Observatório Covid-19 da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira, 13.

Segundo a Fiocruz, na semana entre 2 e 8 de maio, também se observou uma redução da ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para a doença em grande parte dos Estados.

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No entanto, os pesquisadores afirmam que o conjunto de indicadores que vêm sendo monitorados pelo Observatório Covid-19 mostram que ainda há uma intensa circulação do vírus no País. “A pandemia pode permanecer em níveis críticos ao longo das próximas semanas, além de dar oportunidade para o surgimento de novas variantes do vírus devido à intensidade da transmissão”, informa o boletim.

“O número de casos continua estável e o índice de positividade dos testes muito alto: isso significa que tem muita gente se infectando e isso pode produzir casos graves. Esses são os indicadores mais precoces, que mostram que o vírus continua circulando com muita intensidade, e esse pode permanecer como um novo platô”, explica o sanitarista Christovam Barcellos, membro do Observatório Covid-19 da Fiocruz.

Apesar da ligeira redução nos indicadores de criticidade da pandemia, a manutenção de um alto patamar exige que sejam mantidos os cuidados de prevenção contra o coronavírus, afirmam os pesquisadores da Fiocruz. “Uma terceira onda agora, com taxas ainda tão elevadas, pode representar uma crise sanitária ainda mais grave”, alertam os autores do boletim.

A epidemiologista Carla Domingues, que foi coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) até outubro de 2019, explica que o avanço da Covid-19 ocorre em ciclos, e que, segundo estatísticas nacionais recentes, parece ter chegado no pico e está diminuindo, mas em ritmo lento.

Ela avalia que o Brasil deveria ter, no mínimo, todos os idosos e pessoas com comorbidade imunizados quando começasse o inverno. E faz uma comparação com a primeira onda da doença no País.

“Tivemos uma desaceleração mas nunca chegou lá embaixo, no meio da curva voltou a subir. E possivelmente vamos ter a mesma tendência agora. Chegamos no pico mais alto ainda, vai descer, mas não chegar na ponta da curva, o que pode fazer ter um (próximo) pico mais alto ainda”, explica a epidemiologista.

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