Tinha que ser mulher: Rosa Weber empareda compra de parlamentares por Bolsonaro

Ministra do STF, Rosa Weber e Bolsonaro. (Divulgação)

Via Brasília – Da Revista Cenarium

Cheque sem fundo

A decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, de suspender as emendas RP-9 – usadas para negociar a aprovação em primeiro turno da PEC dos Precatórios, criou um problema para a ala mais fisiológica do Congresso: o cheque sem fundo. Nesta semana, o STF deve decidir sobre o tema, mas a chance de mudança no placar da Câmara é grande. O julgamento da decisão, no plenário da Corte, começa dia 8, com as sustentações orais, e 9 e 10 de novembro para os votos dos ministros.

Canetada

Numa canetada só, Rosa Weber determinou a suspensão do pagamento das emendas secretas do Orçamento e ainda deu prazo de 30 dias para que os pedidos dos parlamentares e a destinação do dinheiro sejam expostas em vitrine eletrônica, com “amplo acesso público”, de modo a assegurar “ampla publicidade”. Fontes do Planalto sustentam que Rosa Weber não deveria ter tomado decisões tão graves num despacho monocrático (individual), de caráter liminar (temporário).

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Teste de fidelidade

Muita água debaixo dessa ponte ainda vai rolar até a próxima terça-feira (9), quando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) deve colocar em votação os destaques e, se embalar, o segundo turno da PEC dos Precatórios na Câmara. Líderes governistas operaram todo o fim de semana para trazer deputados a Brasília já nesta segunda-feira (8). Como a decisão do plenário do STF acerca das emendas secretas do Orçamento só deverá terminar nesta quarta-feira (10), o início da semana será de teste de “fidelidade” da base do governo.

Partidos discutem

Enquanto Lira esbanja confiança, oposicionistas argumentam que a proposta só favorece ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), por isso não está descartado o fechamento da questão em torno da derrubada da PEC dos Precatórios. No PDT, do pré-candidato Ciro Gomes, os deputados começam a semana em reunião com a Executiva do partido. Com a repercussão negativa, o líder Wolney Queiroz (PE) colocou o cargo à disposição. Já no PSDB, não há movimentação expressiva para mudança dos votos pró-governo.

Pacheco na COP26

Recém-chegado à COP26, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tem se pronunciado a favor da PEC dos Precatórios, no entanto, há dificuldades para aprovar a proposta naquela Casa. Quem fez as contas aposta que chegar aos 49 votos favoráveis não será fácil. O PT e o PSDB, por exemplo, têm seis parlamentares cada – e anunciaram que devem votar contra. O PSD, dos 12, quatro podem não endossar a PEC. Já o Podemos tem quatro senadores independentes e, no MDB, seis têm votado com a oposição.

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