Titular da Susam aborda prioridades em audiência virtual na ALE-AM

Novos leitos no HUGV foram citados pela secretária. Foto: Secom

Nícolas Marreco – Da Revista Cenarium

MANAUS – A secretária de Estado da Saúde, Simone Papaiz, explicou na tarde desta quarta-feira, 22, quais retornos o governo pretende dar à crise na rede pública ante a pandemia do novo Coronavírus. Em audiência virtual com os deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), a executiva frisou que a aquisição de novos leitos é o esforço principal.

Questões como um cronograma de pagamento aos salários atrasados dos profissionais de saúde, organização dos leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para infectados de Covid-19 e pacientes com comorbidades já existentes na rede de assistência, entre outros, foram colocados pelos deputados.

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Simone iniciou ressaltando que a gestão pública na saúde do Amazonas tem potencial para arrecadar mais recursos via Ministério da Saúde, e disse discorda da forma como o erário era gerido. “[Vou] olhar daqui para frente como gestora no âmbito da saúde. Entendo as questões financeiras da pasta, de realinhamento técnico, detalhamento de alguns débitos e falta de diálogo e publicidade”, admitiu.

Com o aumento rápido da contaminação do vírus e da dinâmica dos quadros de pacientes graves, Simone ressaltou que o estado já possuía oferta baixa de leitos. Com o desequilíbrio do mercado, principalmente, a falta de insumos para respiradores e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) também soma à crise. A insuficiência de recursos humanos, como médicos intensivistas, também é um obstáculo.

A titular da Secretaria de Estado de Saúde indicou que para a demanda atual o ideal é de 2.190 leitos nos hospitais. Atualmente, a rede pública compreende 1.034. A deputada Mayara Pinheiro (PP) questionou sobre o nível de prioridade que os profissionais tratam infectados da Covid-19 no hospital Delphina Aziz, referência no atendimento em meio à pandemia.

“Quando pacientes chegam a hospitais como 28 de Agosto e João Lúcio são tratados com prioridade, o que é a orientação correta. No Delphina, estão negando atendimento aos infectados”, revelou. Na organização da rede, Simone disse que a implantação do fluxo de atendimento, como o manejo das salas rosas, é o instruído às unidades.

Pagamento

Sobre as tratativas feitas com as empresas médicas e cooperativas, ficou acertado, conforme a secretária, que a pasta irá destinar sobras de pagamentos de novembro e dezembro do ano passado, mais fevereiro deste ano e uma competência de 50% referente. “Abertura de orçamento existe, falta a parte financeira, e a Sefaz (Secretaria de Fazenda) está cuidando”, explicou.

Simone também disse que novas vagas de leitos no Hospital Universitário Getúlio Vargas foram abertas e tratativas com o Beneficente Portuguesa também estão em andamento. “Não podemos esperar a lotação dos hospitais que concentram os pacientes de Covid-19, como o Delphina. O HUGV liberou 18 leitos de UTIs e 45 de internação clínica. O diretor também verbalizou que aumentaria para 31 leitos de UTI dependendo de um processo seletivo para pessoal que está fazendo. O estado já se colocou à disposição”, finalizou.

Questionamentos

O deputado Serafim Corrêa (PSB) pediu esclarecimentos à secretária sobre o andamento do convênio com hospitais para tratamento de pacientes com Covid-19 e sobre o direcionamento de gestão da Susam.

“A estratégia tem um único foco: aumento de leitos. Entendemos toda a classe que opera em linha de frente, como médicos e enfermeiros. Nos comprometemos a pagar esse montante a todas as cooperativas até 90 dias após o vencimento”, afirmou Papaiz.

Serafim também pediu o posicionamento do governo sobre a utilização do Hospital Universitário Getúlio Vargas e o Beneficente Portuguesa para tratamento de pacientes com Covid-19.

“Todos nós, da Assembleia, há mais de um ano, pedimos que o HUGV e o Beneficente Portuguesa sejam utilizados para tratamento de pacientes com Covid-19. Isso vai se concretizar ou não?”, questionou o líder do PSB na Casa.

“Sim, HUGV já está conosco trabalhando e fomos informados que o número de UTIs será aumentado para 31. Enviamos, em torno de 21h, uma lista de medicamentos, EPIs e foi liberado ontem mesmo. Foram liberados dois leitos de UTI e nove leitos de internação. Isso já está acontecendo”, esclareceu. Ela afirmou que ainda irá se reunir com a direção do Beneficente Portuguesa para alinhar as questões técnicas para recebimento dos pacientes da Covid -19.

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