Mencius Melo – Da Revista Cenarium
MANAUS – Candidata nas eleições 2020 pelo Partido Social Liberal (PSL), a jornalista Liliane Araújo se posicionou sobre o polêmico caso ‘Mariana Ferrer’ durante entrevista à REVISTA CENARIUM. A postulante também opinou sobre temas como fiscalização das ações da prefeitura e as propostas do universo feminino que pretende levar à Câmara Municipal de Manaus (CMM). Acompanhe:
REVISTA CENARIUM – Candidata, caso eleita, como será sua atuação na CMM?
Liliane Araújo – A minha atuação será de oposição se o gestor não andar na linha. Se fizer algo que esteja em desacordo, ele certamente será alvo de criticas de minha parte. Mas, se fizer o correto como pregam as leis, terá meus aplausos.
REVISTA CENARIUM – Então poderemos ter uma parlamentar independente, mesmo se vier a ser do partido de coalizão governista?
Liliane Araújo – Como eu disse, serei fiscalizadora, disso não abro mão. Um exemplo: em Manaus fala-se muito em asfalto, mas nenhum vereador se mexeu para ver o que acontece com a obra da passagem de nível do Benarrós. Em uma cidade industrial como Manaus, é comum o tráfego de grandes veículos. Acredito que lá na passagem de nível, tem algo errado porque mais de três acidente já ocorreram com carretas que não passam na altura da obra, ou seja, o gabarito pode estar errado e nenhum vereador fiscalizou.
REVISTA CENARIUM – Entrando na seara de temas sensíveis, como a senhora vê o tema aborto?
Liliane Araújo – Acredito que cada caso é um caso. Mas, entendo que é dever do estado cuidar da vida. É dever do estado as políticas públicas de controle de natalidade e métodos contraceptivos. Camisinha não é só no carnaval.
REVISTA CENARIUM – Existe hoje uma grande indignação nas redes sociais com o resultado do julgamento do ‘Caso Mariana Ferrer’. Como a senhora vê isso?
Liliane Araújo – Foi uma enorme falha do judiciário brasileiro. Imagina se isso gerar precedente? Todas nós, mulheres, saímos vítimas dessa decisão.
REVISTA CENARIUM – E o que pode ser feito para mudar?
Liliane Araújo – Veja bem, nós enfrentamos um sistema viciado pelo machismo estrutural. O ‘Caso Mariele’, por exemplo, até agora não foi solucionado. É nessa hora que nós mulheres temos que pensar: cadê nossas representantes?
REVISTA CENARIUM – A senhora sofreu violência pelo machismo?
Liliane Araújo – Sim. Em meu primeiro casamento fui agredida e quando procurei o 1º DIP, o delegado disse que não podia resolver. Fui ameaçada de morte e só quando procurei a Delegacia da Mulher, meu caso foi resolvido. Esse é um exemplo de como a lei, bem aplicada, pode nos beneficiar.
REVISTA CENARIUM – Então adiante uma proposta voltada para as mulheres, caso eleita.
Liliane Araújo – Meu mandato será 80% voltado para as mulheres. Pretendo criar a ‘Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal de Manaus’, onde lutarei para estabelecer políticas públicas totalmente voltadas para a mulher manauara.
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