Trabalho científico criado na UEA é devolvido como benefício à sociedade
Por: Ana Pastana
02 de março de 2025
Aplicativo Selva tem auxiliado o Ministério das Comunicações (MCom) na implementação de cabos de fibra óptica no interior do Estado (Daniel Brito/UEA)
MANAUS (AM) – Desenvolvendo pesquisas e ciência para beneficiar diretamente a vida de comunidades ribeirinhas do Amazonas, a Universidade do Estado (UEA), por meio do aplicativo de monitoramento Selva, tem auxiliado o Ministério das Comunicações (MCom) na implementação de cabos de fibra óptica no interior do Estado, que ampliarão o alcance da internet na região.
Resultado da pesquisa de alunos e professores da área de tecnologia da instituição, o aplicativo fornece informações geradas pelo monitoramento das variáveis ambientais, como chuva e descargas elétricas, em tempo real, para orientar os trabalhos de implantação dos cabos.
O Boletim Sazonal Hidroclimático, também desenvolvido pela UEA por meio de pesquisas, auxilia a pasta responsável pelo projeto, com o monitoramento das condições do solo para a instalação dos fios, que serão implementados de forma submersa nas águas do Rio Solimões.
Plataforma acoplada a dois rebocadores sob as águas do Rio Solimões (Divulgação/UEA)
Ao todo, 12 municípios do Estado recebem a melhoria de internet por meio da implementação de cabos de fibra óptica, que irão expandir a comunicação e conectividade das regiões beneficiadas. A UEA tem auxiliado o MCom com o projeto “Infovia 02”, que integra o programa “Norte Conectado”, do governo federal, o qual promove educação de qualidade para transformar a Amazônia.
A instalação dos cabos de fibra óptica, que ficarão submersos nas águas do Rio Solimões, beneficiará 370 mil habitantes dos municípios de Tefé, Alvarães, Uarini, Fonte Boa, Jutaí, Tonantins, Santo Antônio do Içá, Amaturá, São Paulo de Olivença, Belém do Solimões, Tabatinga e Benjamin Constant, no interior do Amazonas, que terão o serviço de internet ampliado em escolas públicas, hospitais e até em praças públicas, que serão equipadas com Wi-Fi para a população dessas localidades.
Instalação
Serão instalados, de forma submersa, mais de mil quilômetros de cabos no Rio Solimões. Cada infovia implementada terá cabos compostos por 24 pares de fibra óptica com capacidade de até 20 terabytes (TB) – unidade de medida de armazenamento de dados – por segundo. Os cabos foram criados para durar no mínimo 25 anos submersos nos rios.
Na prática, a velocidade da internet poderá transmitir simultaneamente o equivalente a 200 mil vídeos de streaming – transmissão de conteúdo online – em HD com altíssima qualidade.
Alcance das comunidades
A UEA também está promovendo, com o apoio dos docentes, oficinas para comunidades ribeirinhas e indígenas, que também serão impactadas com a chegada da internet. Para Augusto Gomes, aluno que está auxiliando na implementação do projeto, algumas comunidades já tinham acesso à internet, mas agora o alcance será ampliado.
“É a ampliação das vozes de todos os coletivos e, através da parceria com a universidade, estendemos o alcance de indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Já tínhamos uma internet estável por aqui e vamos chegar mais longe agora [a chegada dos cabos de fibra óptica]”, disse Gomes.
Docentes em oficinas para comunidades ribeirinhas e indígenas (Divulgação/UEA)
Yomarley Holanda, professor da universidade no município de Tefé, no interior do Amazonas, distante 519 quilômetros de Manaus, afirma que o projeto Infovia 02 impacta as comunidades de forma positiva, ampliando o desenvolvimento tecnológico da região.
“Estamos falando de 12 municípios do Médio e Alto Solimões, que serão impactados positivamente por esse projeto. Todo o conhecimento teórico da universidade está sendo aplicado na prática, e todos estão contribuindo com o desenvolvimento tecnológico da região”, afirmou.
De acordo com o governo federal, a infraestrutura deve ser conectada a redes metropolitanas nas cidades, que levarão conexão de alta velocidade para escolas públicas, unidades de saúde, tribunais e organizações das Forças Armadas, batalhões de policiamento, centros de pesquisa, agências fluviais e cerca de 12 mil indígenas distribuídos em 30 aldeias, todas localizadas em Belém do Solimões.
Selva
Em outubro de 2023, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) lançou o aplicativo de monitoramento Selva como resposta aos desafios ambientais enfrentados na região amazônica. A plataforma, que monitora em tempo real queimadas e o Índice de Qualidade do Ar (IQAr), tem auxiliado no monitoramento da qualidade do ar durante todo o ano, especificamente no período de estiagem, quando aumentam os índices de queimadas no Estado e, consecutivamente, piora a qualidade do ar na região.
Aplicativo de monitoramento Selva (Divulgação/UEA)
Com as informações em tempo real, como localização e a intensidade das queimadas, o aplicativo oferece dados aos gestores responsáveis para que uma resposta mais rápida e eficaz para a saúde da população do Estado.
O aplicativo, desenvolvido pela UEA, por meio do Programa Ambiental sobre Poluição do Ar (EducAIR), monitora também as variáveis ambientais como chuvas e descargas elétricas também em tempo real.
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