Família sabia que treinador de handebol estuprava sobrinha, diz polícia


Por: Jadson Lima

01 de agosto de 2025
Família sabia que treinador de handebol estuprava sobrinha, diz polícia
Homem de 41 anos foi preso na região central de Manacapuru, no Amazonas (Reprodução)

MANAUS (AM) – Um treinador de handebol, de 41 anos, foi preso preventivamente pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por suspeita de estupro contra a própria sobrinha em Manacapuru (AM), município localizado a 68 quilômetros de Manaus. A prisão foi realizada nessa quarta-feira, 30, durante uma operação policial conduzida pela delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada de Polícia (DEP) da cidade. As investigações apontaram que o crime ocorreu quando a vítima, agora com 13 anos, tinha entre 6 e 10 anos, e que a criança chegou a relatar os abusos sexuais à família, mas teve as denúncias ignoradas.

A CENARIUM teve acesso ao mandado de prisão contra o investigado, mas optou por não revelar a identidade do acusado por ele ainda manter vínculo afetivo com os familiares da vítima. O documento, assinado pelo juiz Saulo Góes Pinto, da Central de Plantão Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), menciona que a prisão do investigado foi decretada “como forma de garantir a ordem pública e por conveniência da instrução criminal”. Veja trecho do documento:

Mandado de prisão foi expedido pelo TJAM (Reprodução/TJAM)

A decisão judicial foi proferida após representação policial, depois que a vítima prestou depoimento às autoridades de polícia sobre os abusos ocorridos, de acordo com informações da delegada Joyce Coelho. Apesar do crime ter sido registrado há anos, a PC-AM entendeu a necessidade da representação pela prisão do investigado diante da gravidade dos depoimentos. A medida teve o parecer favorável do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) segundo consta no mandado, e teve como base o artigo 217 do Código Penal, que trata do crime de estupro de vulnerável.

Nesta sexta-feira, 1ª, a PC-AM apresentou o caso à imprensa. Em entrevista coletiva, Coelho afirmou que os abusos sexuais começaram a ser praticados quando a vítima tinha 6 anos. Conforme as informações colhidas em depoimento que sustentam o Inquérito Policial (IP), os crimes ocorriam quando a criança ficava sob os cuidados da avó materna e da tia, que é esposa do investigado.

“O pai da vítima a levava para a escola e o marido da tia era quem a buscava. Na volta para a casa, o homem parava em local deserto e praticava os abusos sexuais”. disse a delegada. “Ela contou que o indivíduo ainda a ameaçava, alegando que se ela contasse alguma coisa ele faria ‘coisa pior’”, pontuou Joyce Coelho.

Joyce Coelho é titular da Delegacia Especializada de Polícia de Manacapuru (Divulgação/PC-AM)

Ao apresentar o caso, a delegada declarou que as investigações apontam que a vítima chegou a relatar os estupros para a tia, quando tinha 7 anos, mas o suspeito negou os crimes e passou a ser mais agressivo com a criança. Ainda em depoimento, a adolescente disse que o homem a levava no banco de trás do veículo, a despia totalmente e praticava os abusos sexuais.

“Várias vezes ela chegava na casa da avó chorando e o indivíduo dizia que havia chamado atenção dela “por ter esquecido algo na escola”, e toda a família acreditava nele”, disse a delegada.

Segundo Coelho, como os familiares não acreditaram nos relatos da vítima além dela passar a ser ameaças e violência se agravarem, a criança resolveu se calar. A autoridade informou que, já na adolescência, os pais da vítima perceberam que ela apresentava um comportamento estranho e passou a receber acompanhamento psicológico.

“Foi então que ela conseguiu relatar todos os fatos e o pai da adolescente levou o caso à DEP de Manacapuru para que pudéssemos ouvi-la. Diante da gravidade, e para que o caso não ficasse impune, representamos pela prisão preventiva do autor, considerando que somente agora a vítima teve coragem de relatar e o homem ainda faz parte do seio da família”, disse Coelho.

Comunidade de handebol repudia crime

A comunidade manacapuruense de Handebol repudiou, na tarde desta sexta-feira, 1°, “crimes abomináveis como assédio sexual infantil, abuso de menores, estupro de vulnerável ou importunação sexual”. De acordo com uma nota, publicada em perfil nas redes sociais, atletas afirmam que o grupo é construído sobre pilares como respeito, integridade e responsabilidade e dizem apoiar, de forma integral, a aplicação da legislação que trata do crime de estupro de vulnerável.

“Handebol é sobre formação de caráter e desenvolvimento humano, e repudiamos veementemente qualquer atitude que desrespeite esses princípios. Exigimos um ambiente seguro para todos, especialmente para nossas crianças, que são o futuro do esporte e da sociedade”, afirma trecho do posicionamento.

Leia mais: Criança denuncia estupro em carta e homens são presos no Amazonas

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