Três paraenses e um amazonense estão entre os mortos em operação da polícia no Rio de Janeiro

A operação emergencial deflagrada na terça-feira, 24, pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), tinha o objetivo de capturar foragidos da Justiça ligados ao tráfico de drogas (Reprodução)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium*

MANAUS – Entre os 25 mortos durante operação policial, na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro, estão três paraenses e um amazonense. A operação emergencial deflagrada na terça-feira, 24, pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) tinha o objetivo de capturar foragidos da Justiça ligados ao tráfico de drogas e a uma facção criminosa que atua no Rio de Janeiro, Pará e Amazonas.

Os mortos foram identificados como: Eraldo de Novaes Ribeiro (PA), Marlon da Silva Costa (PA), Adriano Henrique Rodrigues Xavier (PA) e Roque de Castro Pinto Júnior (AM). Das 25 pessoas, 12 teriam envolvimento com o crime; uma era moradora da comunidade e foi atingida por uma bala perdida dentro de casa, e outra vítima não identificada deu entrada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, para onde foram levadas as pessoas atingidas.

Os crimes

Eraldo de Novaes Ribeiro é apontado pela PM-RJ como chefe de tráfico no Pará. Ele estava foragido e teve a prisão preventiva decretada em março de 2016, pelo crime de roubo a banco, em Moju, no Nordeste do Estado. Segundo a PM, foi morto em confronto.

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Marlon da Silva Costa, nascido em Abaetetuba, interior do Pará, 35 anos, conhecido como ‘Déo’, ainda segundo a PM, era “faccionário de alta periculosidade e, ocupava cargo de ‘Torre’, maior liderança de uma facção criminosa no Pará. De acordo com a polícia do RJ, Marlon morreu em confronto durante a operação.

Adriano Henrique Rodrigues Xavier, de 17 anos, segundo a polícia integrava grupos de assaltantes, era conhecido como ‘Playboy’, e também morreu em confronto. Era natural do Pará e tinha processos naquele Estado por roubo majorado. Seu primeiro processo é de 2016, quando tinha apenas 12 anos.

Em nota, a Polícia Civil do Pará informou que “após trocas de informações entre as forças de segurança pública foi deflagrada operação no sentido de capturar infratores homiziados no Rio de Janeiro, de onde comandavam ações criminosas em vários Estados da Federação, incluindo o Estado do Pará. A operação e seus desdobramentos ainda estão em curso e mais informações serão repassadas no decorrer do dia. Contudo, já é possível afirmar que há criminosos do Pará envolvidos em recentes ataques contra a vida de agentes de segurança pública”.

Amazonense

O amazonense foi identificado por Roque de Castro Pinto Júnior, conhecido como ‘Ponga’. Foi preso em 2018 por suspeita de envolvimento no triplo homicídio, em um campo de futebol, no bairro Compensa, Zona Oeste de Manaus. Ele e mais seis homens foram presos. No dia do crime, três carros pararam no campo e os ocupantes atiraram contra as vítimas.

Roque de Castro Pinto Júnior, vulgo ‘Ponga’, era membro da facção criminosa Comando Vermelho (Divulgação/PM)

Roque de Castro também era procurado pela polícia do Amazonas por envolvimento no triplo homicídio, no município de Presidente Figueiredo, distante 126 quilômetros de Manaus, ocorrido no dia 28 de maio de 2018. O ataque vitimou Alexandre Campos Lemos, o ‘Ala’, 37, Eduardo Maquiné Pereira, 48, e Keyssio Diones Maquiné Pereira, 39.

Procurados

A Polícia Federal informou, ainda, que três traficantes paraenses, que estão foragidos do Sistema Penal, seguem sendo procurados. As polícias pedem informações que levem à prisão dos três traficantes Leonardo Costa Araújo, mais conhecido como ‘Léo 41’, de 35 anos; Anderson Souza Santos, o ‘Anderson Latrol’, de 31 anos, e David Palheta Pinheiro, o ‘Bolacha’, de 30 anos. A suspeita é de que eles estejam escondidos na Vila Cruzeiro.

Procedimento Investigatório

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, instaurou, nesta terça-feira, 24, um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante operação policial realizada no Complexo da Penha, na madrugada desta terça-feira.

O PIC determina que o comando do Bope envie, em um prazo máximo de dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos durante a operação, ouvindo todos os policiais militares envolvidos e indicando os agentes responsáveis pelas mortes, além de esclarecer sobre a licitude de cada uma das ações letais. Quanto aos agentes federais envolvidos na ação, foi expedido ofício ao Ministério Público Federal (MPF) para ciência dos fatos e adoção das medidas cabíveis.

Além disso, foi requisitado ao Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil que sejam enviadas informações sobre os inquéritos policiais instaurados para apurar os fatos. A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada também encaminhou ofício à Delegacia de Homicídios, recomendando que todas as armas dos policiais militares envolvidos na ação sejam apreendidas e enviadas para exame pericial, inclusive, comparando com os projéteis que venham a ser retirados das vítimas.

(*)Com informações do O Globo

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