Tristeza na floresta: Parintins, no AM, está irreconhecível em pleno São João

Palco da grande festa amazônica do boi, bumbódromo de Parintins está vazio por conta da pandemia (Reprodução/Gerlean Brasil)

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com o adiamento do festival folclórico do “Boi Bumbá” por conta da pandemia de Covid-19, a desolação toma conta das ruas de Parintins, cidade a 369 km da capital amazonense, que tradicionalmente receberia nesta noite, 26, a primeira noite da disputa entre os bois Garantido e Caprichoso.

Por meio de cinco fotos que ilustram um roteiro de “paradas obrigatórias”, a REVISTA CENARIUM foi até a ilha parintinense para registrar imagens do atual momento “desértico”, improvável de ocorrer até o começo de março.

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O bumbódromo é a arena inspirada na cabeça dos bois que foi inaugurado em 1988. A construção da arena aconteceu na sequência da inauguração do Sambódromo do Rio de Janeiro e é o palco da disputa entre o vermelho e o azul.

Praça da Catedral

Na área central fica localizada a Praça da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, no marco que divide a cidade. Com o toque de recolher imposto pela prefeitura, o local hoje está vazio. Normalmente esta área é ocupada, pós-festival, por fiéis da padroeira de Parintins, durante a ‘festa da santa’, já que o município também é conhecido pelo fervor religioso.

No centro da cidade a Praça da Catedral estaria lotada, naquele que seria o primeiro dia de disputa entre Garantido e Caprichoso (Reprodução/Gerlean Brasil)
Praça do Comunas

Na orla de Parintins o bar “Comunas” é um dos pontos mais procurados pelos foliões que vão à procura de festa. O local reúne um pequeno complexo de bares e um palco, onde bandas se revezam fazendo a trilha sonora da festividade, sempre no ritmo das todas de boi bumbá. Hoje o “Comunas” está em silêncio, tendo apenas o som das águas do imponente Rio Amazonas.

Vazio, Comunas é um dos points festivos da ilha (Reprodução/Gerlean Brasil)

Porto de Parintins

Principal porta de entrada o porto é responsável por receber o maior volume de visitantes, que chegam de barco pelos rios da Amazônia. Várias embarcações partem de Manaus, Santarém, Belém, Macapá e de inúmeras cidades da Amazônia. Com turistas curiosos e ansiosos para “viver” o festival. Estimativas da AmazonasTur apontam que cerca de 30 mil turistas chegam à Parintins, pelo porto que hoje está parcialmente fechado por medidas de isolamento.

Porto de Parintins exibe uma tranquilidade distante do que seria, caso a data de hoje estivesse mantida para a realização da festa dos bois (Reprodução/Gerlean Brasil)

Avenida Amazonas

Corredor central da cidade a “Avenida Amazonas” é o local por onde todos trafegam na ilha. Com as calçadas dominadas por bares, lojas de souvenirs, restaurantes, quiosques de açaí e bancas de tacacá*, esta arterial também concentra as campanhas de marketing dos grandes patrocinadores do festival.

Tradicionalmente adornada com fitas vermelhas e azuis, indicando a preferência bovina dos moradores ao longo de sua extensão, hoje a avenida está sem decoração e silenciosa.

Principal via da cidade, a Avenida Amazonas está vazia na semana que ocorreria o festival (Reprodução/Gerlean Brasil)

Efeitos da pandemia na Amazônia

O surto epidêmico da Covid-19 atingiu em cheio o Amazonas, causando o cancelamento de inúmeras festas populares e o adiamento do Festival Folclórico de Parintins, que segundo fontes, pode acontecer ainda no mês de novembro, bem distante do período junino.

Além das festividades de Parintins outros eventos estão na “berlinda”, como o Festival de Cirandas de Manacapurú (AM), a Festa do Çairé de Santarém (PA), a Festa do Guaraná em Maués (AM).

Além do Círio de Nazaré em Belém (PA) que reúne a maior aglomeração dentre as festividades amazônicas. A primeira baixa confirmada é o Festival da Canção de Itacoatiara (AM) que foi oficialmente cancelado pela organização.

* (Bebida fermentada com tucupi, camarão e jambu típica da região amazônica)

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