‘Tropa de choque’ do governo enfrenta dificuldade na defesa de Bolsonaro na CPI da Pandemia


06 de junho de 2021
‘Tropa de choque’ do governo enfrenta dificuldade na defesa de Bolsonaro na CPI da Pandemia
Os suplentes chamaram para si a responsabilidade de sair em socorro do governo federal (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Com informações do O Globo

BRASÍLIA – Minoria na CPI da Pandemia, com apenas quatro dos 11 senadores titulares, a tropa de choque do governo enfrenta dificuldades para apresentar coesão nos embates com oposicionistas. Dois vêm tendo atuação bastante apagada, dentre eles o presidente do principal partido do centrão. Outro faz questão de dizer que não é governista e até critica o presidente Jair Bolsonaro em algumas ocasiões.

No vácuo deixado pelos titulares, os suplentes chamaram para si a responsabilidade de sair em socorro do governo. Em outros momentos, nem isso foi suficiente, e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), que não é titular nem suplente, teve que ir à CPI defender a gestão do pai, o presidente Jair Bolsonaro.

O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), um dos principais líderes do centrão e apoiador de Bolsonaro, participou ativamente nas três primeiras semanas da CPI e chegou a ter embates com o relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), com quem tem uma boa relação. Na sessão do dia 13 de maio, no depoimento do executivo da Pfizer Carlos Murillo, Ciro atacou o colega.

“Entregue a relatoria e vá para o palanque!”, disse. “Esse não é o Ciro que eu conheço”, respondeu Renan. Mas tudo mudou a partir do depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quando o Ciro aguerrido deu lugar a outro, mais silencioso. A aliados, confidenciou que não estava disposto a se expor para defender o ex-chanceler. No dia seguinte, quando o depoente era o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, Ciro pouco falou. Nas seis sessões seguintes, o cenário se repetiu: não abria a boca ou quase nada dizia.

Outro governista apagado é Jorginho Mello (PL-SC). Passou cinco sessões calado. Por isso, durante a reunião de 25 de maio, pediu mais tempo para concluir um discurso e brincou que estava com crédito por falar pouco. “Presidente, mas eu tenho economizado tempo, então me dê mais um pouquinho, por favor”, disse.

Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE), os outros dois senadores alinhados ao Planalto que são titulares da CPI, foram mais ativos na defesa do governo. Girão, entretanto, rejeita ser chamado de governista — ele diz ser independente — e até fez algumas críticas a Bolsonaro, reclamando que o presidente tem provocado aglomerações e promovido um remédio sem eficácia.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), entrou como suplente e começou atuante. Mas logo sumiu. Em três das quatro últimas sessões, pouco ou nada falou. Segundo aliados, Bezerra recuou na defesa de Bolsonaro depois que o ex-presidente Lula apareceu na liderança de pesquisas eleitorais em Pernambuco. Passou a cogitar até mesmo desistir da reeleição no Senado e tentar uma vaga de deputado federal.

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.