Trump reage à condenação de Bolsonaro: ‘Fizeram com ele o que tentaram comigo’


Por: Jadson Lima

11 de setembro de 2025
Trump reage à condenação de Bolsonaro: ‘Fizeram com ele o que tentaram comigo’
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump (Allan Santos/PR)

MANAUS (AM) – O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 11, que fizeram com o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) o que tentaram fazer com ele após a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. O mandatário falou com a imprensa na Casa Branca após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formar maioria para condenar Bolsonaro e mais sete auxiliares por integrarem uma organização criminosa que tentou reverter o resultado da eleição de 2022.

Trump afirmou ter assistido ao julgamento e declarou conhecer bem o caso. Ele disse considerar que o ex-presidente brasileiro teve um desempenho positivo como líder e demonstrou surpresa com o desfecho do julgamento no STF. O republicano foi questionado por jornalistas sobre a possibilidade de impor sanções a autoridades brasileiras em função da decisão da Justiça brasileira, mas não respondeu diretamente.

“Eu assisti ao julgamento, conheço-o muito bem. Como líder estrangeiro, achei que ele foi um bom presidente. É muito surpreendente que isso tenha acontecido. É muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Ele era um bom homem, e não vejo isso acontecendo”, afirmou Trump.

Presidente Donald Trump (Daniel Torok/Casa Branca)

Na tarde desta quinta-feira, 11, o STF condenou Jair Bolsonaro e seus principais auxiliares por crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, agravado pelo fato de ser considerado o líder da organização criminosa.

Além do ex-presidente, também foram condenados sete auxiliares de Bolsonaro:

  • Augusto Heleno: ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Anderson Torres: ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
  • Mauro Cid: Tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Braga Netto: general, ex-ministro da Defesa e candidato a vice derrotado em 2022;
  • Paulo Sérgio Nogueira: general e ex-comandante do Exército;
  • Almir Garnier: ex-comandante da Marinha;
  • Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin e deputado, foi beneficiado por uma decisão da Câmara e é julgado por três crimes.

Com a declaração, Trump indicou semelhanças com processos os quais ele respondeu nos EUA antes de voltar à presidência em 2024. Um ano antes, em agosto de 2023, autoridades dos Estados Unidos apresentaram uma ação penal contra o republicano, sob acusação de interferência no processo eleitoral de 2020.

A acusação incluiu episódios ocorridos em 6 de janeiro de 2021, quando ele discursou próximo à Casa Branca horas antes da invasão ao Capitólio por apoiadores. Na época, os seguidores do então presidente derrotado em uma eleição com o democrata Joe Biden conseguiram atrasar, por horas, a certificação do resultado da eleição presidencial.

Após o pleito de novembro de 2024, o procurador especial Jack Smith solicitou o arquivamento do caso. O pedido teve como base a interpretação de que um presidente em exercício não pode ser processado criminalmente. A Justiça acatou o pedido, e o processo foi encerrado.

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