Tumulto em festival religioso em Israel deixa dezenas de mortos

Dezenas de pessoas morreram pisoteadas ou asfixiadas durante um festival religioso em Israel nesta sexta-feira, 30 (Reprodução/Estadão)

Com informações do Estadão

TEL AVIV – Pelo menos 44 pessoas morreram e outras 150 ficaram feridas em um tumulto durante uma festa religiosa no Monte Meron, ao norte de Israel, segundo autoridades médicas. Cerca de 100 mil pessoas participavam do evento, que acabou se tornando um dos maiores desastres civis da história do país. 

A imprensa israelense informou anteriormente que o tumulto havia começado após uma arquibancada desabar, mas o serviço de resgate disse que a confusão ocorreu porque o local estava superlotado e algumas pessoas escorregaram enquanto desciam uma escada e foram pisoteadas. “Infelizmente, há fatalidades”, disse Avi Marcus, diretor da divisão médica de Hatzala, um serviço voluntário de ambulâncias. 

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O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirmou que a tragédia é uma das catástrofes mais graves da história do país. “A catástrofe do Monte Meron é uma das mais graves a atingir o Estado de Israel”, afirmou em uma mensagem no Twitter o chefe de Governo, que visitou nesta sexta-feira, 30, o local e decretou um dia de luto nacional no domingo.

O Exército israelense enviou médicos e equipes de busca e resgate juntamente com helicópteros para local. O incidente ocorreu tarde da noite e houve relatos conflitantes. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram um grande número de judeus ultraortodoxos agrupados em espaços apertados. Eles estavam aos pés do Monte Meron para celebrar Lag Ba’Omer, um feriado judaico em homenagem ao rabino Shimon bar Yochai, que viveu no século 2 e está enterrado lá. Foi a primeira grande reunião religiosa desse tipo a ser realizada legalmente desde Israel suspendeu quase todas as restrições relacionadas à pandemia do novo coronavírus. 

O país viu os casos de Covid despencarem desde o lançamento de uma das campanhas de vacinação mais bem-sucedidas do mundo no ano passado. Mas as autoridades de saúde disseram ser contra a realização de uma reunião tão grande. Quando as comemorações começaram, porém, o ministro da Segurança Pública, Amir Ohana, o chefe de polícia, Yaakov Shabtai, e outras autoridades acabaram participando do evento.

“Eu tinha acabado de me sentar para comer quando ouvi os gritos. Corremos para ajudar e então vimos os corpos. No início eram cerca de 10. Agora, há muitos mais”, disse ao Haaretz uma testemunha que se identificou como Avi e ajudou a socorrer os feridos.

Outra testemunha descreveu que um grande número de pessoas foi empurrado para o mesmo canto conforme o tumulto se iniciava. “Eu senti que estava prestes a morrer”, disse.

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Médicos e equipes de resgate carregam macas após tumulto em evento religioso no Monte Meron (Reprodução/Estadão)

Testemunhas disseram que perceberam que pessoas acabaram asfixiadas ou pisoteadas. “Achamos que talvez houvesse um alerta (de bomba) sobre um pacote suspeito”, disse uma delas à agência Reuters.

“Ninguém imaginava que isso pudesse acontecer aqui. Alegria se tornou luto, uma grande luz se tornou uma escuridão profunda”, afirmou um peregrino que se identificou como Yitzhak à emissora local Canal 12.

A festa no Monte Meron foi proibida no ano passado por causa das restrições impostas pelas autoridades para evitar a propagação do coronavírus.

A polícia informou ao Haaretz que iniciou uma investigação sobre o incidente. Algumas testemunhas disseram ao jornal isralense que policiais acabaram aumentando o problema ao não permitir que as pessoas se dispersassem logo após o início do tumulto, o que a corporação nega.

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