UEA: pesquisa sobre liderança feminina na inovação tecnológica vence prêmio nacional


Por: Ana Pastana

09 de março de 2025
UEA: pesquisa sobre liderança feminina na inovação tecnológica vence prêmio nacional
A pesquisa surgiu a partir da constatação de que, apesar dos avanços na ciência, as mulheres ainda enfrentam desafios (Composição: Lucas Oliveira/CENARIUM)

MANAUS (AM) – Com o objetivo de ter um sistema mais inclusivo para as mulheres na área da inovação tecnológica, a pesquisa “Desafios da inovação aberta sob a liderança feminina nas instituições públicas de pesquisa e ensino”, elaborada pelas professoras da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), venceu o 5º Prêmio Conexão Inova, promovido pela Rede Conexão Inovação Pública. O trabalho venceu na categoria “Artigos e Capítulos” no último dia 28 de fevereiro.

O artigo foi inicialmente publicado no livro “Ciência e tecnologia: catalisadores da inovação 2” pela docente da Escola Normal Superior (ENS) da UEA, Dra. Gladys Corrêa, em parceria com as pesquisadoras Dra. Klena Sarges, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), e Dra. Izabela Gimenes, do Instituto de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).

(Da esq. para dir.) A pesquisadora doutora Klena Sarges, do IOC/Fiocruz, a docente da ENS da UEA, Gladys Corrêa e a pesquisadora Izabela Gimenes, do INCQS/Fiocruz (Reprodução/Arquivo Pessoal)

À CENARIUM, Gladys informou que a pesquisa surgiu após um encontro das professoras durante uma mesa-redonda onde se abordava o empreendedorismo científico em Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs). “A ideia do artigo surgiu após a mesa-redonda sobre empreendedorismo científico em ICTs que participamos. Foi a Dra. Klena que nos convidou para palestrar no evento na época. Percebemos que houve uma aceitação e interesse de alunas no tema e o quanto ele era pouco explorado na literatura“, disse.

As mulheres, apesar de já terem conquistado lugares inéditos, ainda são minoria em áreas como a ciência e a inovação tecnológica, por exemplo. Segundo a professora Gladys, as instituições acadêmicas foram moldadas em modelos tradicionais, fazendo com que o empreendedorismo científico permaneça limitado.

A necessidade dessa pesquisa surgiu da constatação de que, apesar dos avanços na ciência e na inovação tecnológica, as mulheres ainda enfrentam desafios estruturais para ocupar posições de liderança e protagonismo. Historicamente, as instituições acadêmicas e de pesquisa do Brasil foram moldadas por um modelo tradicional que pouco incentivava a exploração econômica do conhecimento e, com isso, a participação feminina em inovação aberta e empreendedorismo científico permaneceu limitada“, diz.

Além disso, a pesquisadora Gladys reforçou a necessidade da participação feminina, de políticas voltadas para mulheres e de iniciativas que incentivem a participação de mulheres no empreendedorismo tecnológico. “A ausência de mulheres nesses espaços não é uma questão de competência, mas sim de acesso, reconhecimento e melhores resultados na aplicação de inovações. E é com muita convicção que sigo fomentando o protagonismo feminino na ciência, para que as próximas gerações de pesquisadoras e inovadoras possam voar ainda mais alto“, disse.

A docente da Escola Normal Superior (ENS) da UEA, Gladys Corrêa (Reprodução/UEA)
Votação

O prêmio destaca iniciativas inovadoras nas áreas de gestão pública, políticas públicas, tecnologias disruptivas e cidadania digital, com o objetivo de reconhecer ações impactantes que contribuem para a modernização da administração pública no País, impulsionando a eficiência e a inclusão. Ao todo, projetos sobre regulação, serviços públicos, comunicações públicas, transformação digital e até inteligência artificial foram premiados em 20 categorias diferentes.

Assim como em diversas áreas, a participação feminina ainda é limitada no empreendedorismo científico, conforme aponta a universidade amazonense, de acordo com o texto sobre a premiação, divulgado pela UEA. “Historicamente, as instituições acadêmicas e de pesquisa do Brasil foram moldadas por um modelo tradicional que pouco incentivava a exploração econômica do conhecimento e, com isso, a participação feminina em inovação aberta e empreendedorismo científico permaneceu limitada”.

A votação popular para a escolha dos vencedores foi encerrada no dia 22 de fevereiro, dois dias antes da divulgação do resultado. Com mais de 20 mil votos, o público interagiu por meio de reações nas publicações da conta oficial do Conexão Inovação Pública, no LinkedIn.

O post sobre a pesquisa, feito pelas pesquisadoras, recebeu 228 reações, mais de 40 comentários e compartilhamentos. O anúncio dos finalistas da categoria especial “Pessoa Inovadora” foi feito no dia 28 de fevereiro.

Convergência 2025

Apesar de o anúncio dos vencedores ter sido feito em fevereiro, de forma virtual, os prêmios serão entregues nos dias 2, 3 e 4 de junho, durante o Convergência 2025, considerado um dos maiores eventos de inovação no setor público. O evento acontecerá em Belo Horizonte (MG).

O evento oferecerá palestras com os finalistas, além de 150 atividades, oficinas e experiências culturais. Os interessados podem ter acesso a mais informações no site oficial: conexaoinovacaopublica.org. A pesquisa também pode ser acessada por meio da Editora Atena, pelo site: atenaeditora.com.br.

Capa do e-book “Tecnologia: catalisadores da inovação 2”, no qual a pesquisa foi publicada (Reprodução/Atena Editora)
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Editado por Marcela Leiros
Revisado por Gustavo Gilona

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