Ufam e Petrobras vão transformar resíduos de pesca em biocombustíveis na Amazônia Legal


Por: Ana Pastana

12 de junho de 2025
Ufam e Petrobras vão transformar resíduos de pesca em biocombustíveis na Amazônia Legal
Pescador joga tarrafa em rio no Amazonas (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

MANAUS (AM) – Um projeto em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o Instituto Senai de Inovação em Biomassa, a Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Petrobras vão transformar resíduos de pesca na Amazônia Legal em fontes de energia limpa. O anúncio foi feito no último dia 5, na sede da Petrobras, no Centro do Rio de Janeiro, e contou com a participação do professor da instituição amazonense Eron Bezerra.

Peixe tucunaré (Ricardo Oliveira/CENARIUM)

Com o objetivo de propor soluções para a redução de problemas críticos, como a poluição hídrica e a emissão de gases de efeito estufa causados pelo descarte inadequado de resíduos da pesca, o projeto deve atuar em vária frentes de atuação, incluindo a extração de óleos para a produção de biodiesel, biodigestão anaeróbia para geração de biogás e biometano. O aproveitamento de subprodutos para biofertilizantes e ração de animais também serão produzidos.

Eron ressaltou que participou do evento com grande entusiasmo e que o projeto é uma conquista para a ciência da Amazônia. “Tive o prazer de participar do ato formal da assinatura do projeto que visa transformar resíduos de pescado em energia e ração para a piscicultura. É mais uma conquista para a ciência, com o decisivo apoio de nossa centenária Ufam“, disse.

Os estudos de pesquisa, desenvolvimento e inovação devem durar 18 meses. “Queremos transformar um problema ambiental em uma oportunidade econômica, promovendo uma transição energética mais justa e sustentável“, afirmou o diretor-executivo da FGV Energia, Carlos Quintella. 

A economia local também tem um foco no projeto, disse a presidente da Petrobras, Magda Chambriart. “Entendemos que o esforço em prol de um Brasil mais rico, mais desenvolvido tecnologicamente e mais limpo é o nosso legado para as gerações futuras. Temos sido, ao longo das últimas sete décadas, e queremos continuar sendo, parte atuante das soluções necessárias à construção do nosso País”, declarou.

O presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen Leal, e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard (Reprodução/Marcelo Gonzalez)

Além dos impactos ambientais, o projeto também visa aumentar a competitividade da indústria local e o fortalecimento das comunidades ribeirinhas da região com a elaboração de um esboço do arranjo tecnológico de uma planta piloto a ser instalada no campus da Ufam, em Manaus, que pode servir de modelo para outras localidades do País.

Com o avanço dos trabalhos, a estrutura pode promover economia circular integrando diferentes processos de aproveitamento de resíduos. A inclusão social, especificamente de mulheres, é um dos focos principais do projeto. A valorização da pesca, que de acordo com a Petrobras, emprega cerca de 50% das mulheres da região, reforça o compromisso com a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas.

Outros projetos

A criação de um Atlas de Biogás e Biometano, estudos de viabilidade técnica e econômica também deve acontecer ao longo dos estudos. O objetivo é mapear o potencial da geração desses combustíveis da Amazônia Legal e do Brasil.

O projeto também prevê a possibilidade de obtenção de patentes para os processos desenvolvidos e a criação de novos modelos de negócios, incluindo oportunidades com certificados verdes.

Leia mais: ‘Abrindo espaços’, diz Davi Kopenawa sobre mestrandos Yanomami na Ufam
Editado por Adrisa De Góes
Revisado por Gustavo Gilona

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